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Liberdade religiosa

O Vaticano está de acordo com o ensino da religião muçulmana nas escolas.

A pequena e colorida teocracia, um dos dois últimos Estados totalitários da Europa (o outro é a Bielorrússia) concorda com o ensino do Corão nas escolas públicas, desde que haja alunos suficientes para ingerir o veneno sagrado.

Desconheço a legitimidade de Vaticano para interferir nos assuntos internos da Itália, país que só em 1984 aboliu a religião de Estado, essa droga que se cultiva nos campos do Vaticano e viceja em vários continentes – o catolicismo.

Não sei se o Tratado de Latrão, que envolveu tratantes dos dois lados, ainda submete a Itália de Garibaldi ao jugo do bairro das sotainas e ao alvitre das mitras que gravitam em torno de um déspota medieval de sapatinhos vermelhos.

Não é o Corão, a mais retrógrada e demente versão da vontade divina, que está em causa. É o veneno da fé que não deve ser ministrado nos santuários da ciência – as escolas públicas, à semelhança do que faz a ICAR.

A fé tem salas de chuto próprias (igrejas, mesquitas e sinagogas). É aí que os traficantes devem esperar as vítimas que aliciam, os filhos que os pais desprevenidos ou coniventes lhes entregam e os incautos que resvalam no pântano da religião sedados com a liturgia.

Se querem curtir em grupo, há sítios como Meca, Roma, Fátima, Jerusalém, Medina ou Lourdes, onde, em místico transe podem apedrejar o diabo, rezar em grupo e acordar em ressaca numa cama de hospital com as cabeças partidas e as almas purificadas.