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Culpadas são as vítimas

Bastavam os padres:

Serras Pereira, que considera que «qualquer relação sexual que não vise a procriação é perversa e que «o aborto é um crime pior do que a pedofilia»;

Cláudio Franco, dos Açores, que, para além dos dislates mais descabelados, publicou os «10 mandamentos do demónio aos católicos não praticantes»;

Humberto Gama, que numa sessão de exorcismo, exibe o órgão viril para extrair os demónios pela vagina da possessa.

O catedrático de Teologia jubilado Gonzalo Gironés, sacerdote valenciano, debitou no boletim paroquial «Aleluya», editado pelo Arcebispado de Valência, a prosa mais vil, misógina e pusilânime que se possa imaginar:

Traduzo do «EL PAÍS, de ontem:

«Uma mulher queixava-se a um jornal da agressão que sofre metade da humanidade, ou seja as mulheres, por parte da outra metade. Prova disso são as 63 mulheres mortas às mãos dos cônjuges em Espanha no ano de 2005. Sem negar que seja verdade, convém ser preciso.

Primeiro: nada se diz do que fizeram as vítimas, que mais de uma vez provocam com a sua língua. (O varão, geralmente, não perde as estribeiras por domínio, apenas por debilidade: não aguenta mais e reage descarregando a sua força que se abate na provocadora).

Fica ainda uma segunda observação: Não tiveram em conta que houve em Espanha, durante o mesmo período, 85.000 abortos reconhecidos? Por cada mulher morta às mãos de um homem houve 1.350 crianças assassinadas por vontade das mães. É pior.»

Os talibãs estão aqui tão perto.

(Publicação simultânea: Diário Ateísta/Ponte Europa)