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E ainda o Código de da Vinci

A Opus Dei pretende que o filme que passa para a grande tela o livro de Dan Brown, que tanta celeuma criou entre as hostes cristãs, seja classificado para maiores de dezoito anos.

O porta voz da Opus Dei para os meios de comunicação, Marc Carroggio, afirmou que a organização que representa, cujos membros (adultos) acreditam em imaculadas concepções, milagres sortidos e outras mitologias, considera o pedido justificado já que «Qualquer adulto com um mínimo de educação sabe distinguir realidade de ficção» mas as crianças não. Acho especialmente interessante que o porta-voz da Opus Dei, que, assim como a Igreja Católica, sabe não só a importância do revisionismo histórico mas especialmente da doutrinação desde a mais tenra infância, tenha afirmado que «quando a história é manipulada não se pode esperar que uma criança faça julgamentos apropriados».

Embora descartando a hipótese de a Opus Dei processar a Sony-Columbia, numa entrevista à Zenit Carroggio deixou no ar que tal seja feito por instituições de caridade dirigidas por membros da Opus Dei:

«Existem membros da Opus Dei em 60 países. Alguns deles, com outros, dirigem centros que treinam agricultores e jovens que não conseguem arranjar emprego. Também dirigem hospitais em zonas desprevilegiadas. Todas estas actividades dependem financeiramente de muitos doadores. Obviamente que a novela e o filme podem tornar mais difícil a angariação de fundos. Por esta razão, não ficaria surpreendido se algumas destas organizações pensarem em acções judiciais».

Continua a mistificar-me que a Igreja Católica, que não faz praticamente uma declaração em que não adscreva aos ateus e ao ateísmo todos os males do mundo, sem quaisquer problemas sobre a imagem que vende constantemente dos ateus, seja tão susceptível em relação à «imagem odiosa» que consideram uma obra de ficção (!) fazer da Opus Dei.