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Andam créus no Diário Ateísta

Há na última vaga de peregrinos em romagem ao Diário Ateísta uma sanha reforçada, um proselitismo agudo e uma demência mística que não era usual.

Acredito que os confessores os isentaram das orações e que a penitência, após confissão bem feita, se converteu, para expiação dos pecados, em peregrinação ao blog dos ateus.

É uma forma de porem a fé à prova, sem necessidade de genuflexões.

Substituem os pai-nossos e ave-marias com que embrutecem o espírito e desencardem a alma por insultos aos infiéis, ameaças aos blasfemos e profecias sobre o destino dos sacrílegos. São caminhos tão sinuosos como os da fé.

Uma santa alimária já profetizou a morte deste modesto escriba a apelar ao deus dele, enquanto uma rata de sacristia ameaçou golpear-me com os pés todos.

Os directores espirituais, uma espécie de polícias da consciência, conhecem os riscos que correm as ovelhas, capazes de se tresmalharem do redil, mas é um risco que vale a pena. As que resistirem ao Diário Ateísta ficam aptas para a insanidade, o martírio e a violência com que julgam ganhar o Paraíso.

Às vezes parecem sair disparadas da missa com a hóstia mal deglutida, ainda húmidas da aspersão do hissope, cheias de Espírito Santo, em loucas arremetidas contra os ateus.

Que sejam bem-vindas tais ovelhas. Nada temos contra os crentes, apenas combatemos as crenças e os trampolineiros da fé.