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A fábula de Cristo

«A fábula de Cristo é de tal modo lucrativa que seria ingénuo advertir os ignorantes do seu erro». Leão X, papa in «Cristo Nunca Existiu» – Emílio Bossi.

Com excepção de João Paulo II, um homem supersticioso e beato, representante de uma Polónia rural, atrasada e autoritária, é pouco provável que os Papas modernos acreditem na existência de Deus.

No passado houve vários, comprovadamente ateus, chamados anti-papas pelos sucessores que herdaram o negócio e a quem coube redimir o passado onde avô, filho e neto usaram a tiara e muitos estimularam orgias que fizeram do Vaticano o mais sofisticado bordel da Europa. Os Bórgias são os mais conhecidos desse passado de cupidez, simonia, deboche e luxúria mas muitos outros usaram o poder e a riqueza do cargo para se regalarem com os mais deliciosos pecados, que consideram abomináveis, da Igreja a que presidiam.

Hoje, já não há papas na casa dos vinte anos. Os cardeais escolhem indivíduos cuja idade os torne imunes às tentações da carne e ao fascínio do múnus.

Não é provável que homens cultos e experientes acreditem nas fábulas que a cegueira ontológica dos evangelistas criou, mas compreende-se que não abdiquem do poder que sabem estar dependente do número de crentes de que dispõem e da intensidade da sua fé.

Com a excepção de JP2 – repito -, os Papas não acreditam em milagres embora se sintam na necessidade de rubricar alguns para gáudio de populações simples, pobres, crédulas e fascinadas pelo fantástico.