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Dia: 26 de Julho, 2005

26 de Julho, 2005 Carlos Esperança

Prisão perpétua para assassino de Theo van Gogh

O homicida Mohammed Bouyeri foi hoje condenado a prisão perpétua por um tribunal de Amsterdão pelo assassinato de Theo van Gogh, realizador de cinema holandês, que denunciou os maus tratos a que as mulheres são sujeitas no Islão.

O devoto agradeceu a Deus a boa acção que julga ter praticado «em nome da sua religião».

Dados os seus 27 anos é natural que as 70 virgens que o esperam no Paraíso se façam velhas e feias e que sejam desfrutadas por outra santa besta desfeita em pedaços após um sangrento suicídio.

A alimária ainda declarou que, se fosse libertado, estaria preparado para cometer um crime idêntico.
Não sei o que mais nos pode estarrecer, se a maldade de Deus ou a boçalidade dos crentes.

26 de Julho, 2005 Palmira Silva

Combate ao terrorismo

O primeiro ministro australiano John Howard e um líder islâmico, o Sheik Mohammed Omran, estão envolvidos numa guerra de palavras em que ambos se acusam mutuamente de incitamento ao ódio.

Howard criticou Omran por este ter declarado numa entrevista à televisão australiana ABC que Osama bin Laden «é de facto um bom homem» e que «os ataques de Londres são responsabilidade dos americanos». Nesta entrevista Omran reconhece ainda ser amigo de Abu Katada, o líder espiritual da Al Qaeda na Europa e outro «bom homem», que já tinha defendido no passado.

Howard considera ainda que é uma obrigação dos líderes religiosos «não incitar ao ódio, não pregar a intolerância, e esta é uma responsabilidade que os líderes islâmicos na Austrália carregam pesadamente».

Como resposta o piedoso clérico, que não reconhece a existência de terrorismo islâmico e como tal não se considera obrigado a pregar contra algo inexistente, afirmou numa carta aberta que considera inflamatórios os comentários de Howard em que este admite a possibilidade da existência de bombistas suicidas (muçulmanos, claro) na Austrália.

Acho que o primeiro ministro australiano é demasiado optimista ( e ingénuo) quando pede a colaboração dos líderes religiosos islâmicos no combate ao terrorismo… Especialmente se considerarmos que às portas das mesquitas de Sidney são efectuadas campanhas de recrutamento de jovens pelo grupo radical Hizb ut-Tahrir, (o mesmo a que estava ligado o estagiário do Guardian) liderado na Austrália por Wassim Doureihi.

O grupo, que descreve como mártires os bombistas suicidas e que advoga abertamente a destruição dos ideais ocidentais e recentemente ligado ao massacre de Londres, realizou na passada sexta-feira um (segundo) encontro de admissão reservada, cujo teor foi certamente muito longe do pretendido por Howard. Já que os folhetos que distribui reclamam que «a guerra ao Islão foi redespoletada» e que o ataque de Londres está a ser usado para «pressionar os muçulmanos para uma submissão cega ao Ocidente».

26 de Julho, 2005 Palmira Silva

Despedimentos com justa causa

Num passado não tão distante o Sabbath cristão que tornava o Domingo o dia do «Senhor» era imposto pelos governos sobre os respectivos cidadãos: todas as lojas estavam fechadas, qualquer tipo de comércio era proíbido e esperava-se que os cidadãos consagrassem o domingo a actividades religiosas, nomeadamente a indispensável ida à missa. A separação Igreja-Estado permitiu que tal interferência estatal terminasse nos países ocidentais. Mas algumas pessoas pretendem recuperar os «bons velhos tempos» em que o cristianismo era imposto pelos respectivos governos. E nem todos são americanos: em Inglaterra o movimento liderado por Michael Schluter «Keep Sunday Special», apoiado por 500 igrejas, é extremamente activo na defesa da família que, segundo Michael Schluter, a manutenção da inviolabilidade do «Dia do Senhor» implica.

Aparentemente os tribunais britânicos não partilham a devoção ao Senhor deste movimento e infligiram uma derrota pesada para o seu piedoso intuito. Um devoto cristão, Stephen Copsey, que foi despedido por se recusar a trabalhar ao domingo, perdeu ontem no Tribunal de Apelo a última hipótese de receber a pretendida indemnização de 65 000 libras (cerca de 100 000 euros), merecida compensação pelos danos que tão injusto e herege despedimento provocaram.

Também em Inglaterra um estagiário do prestigiado diário The Guardian foi despedido por motivos religiosos, mas que neste caso não têm a ver com o respeito pelo Sabbath no dia do Sol (ainda a influência do mitraista Constantino). De facto, Dilpazier Aslam, 27 anos, foi despedido na sexta-feira depois de recusar afastar-se da organização radical islâmica Hizb ut-Tahrir, banida na maior parte dos países da Europa. Aslam considera levar o Guardian a tribunal por tão inusitada acção, mas, tal como Stephen Copsey, diria que vai ter uma certa dificuldade em convencer os tribunais da sua pretensão e obter a condenação do seu ex-empregador!