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A pequena pedra

O fundador do culto apocalíptico cristão a Ordem de Santo Charbel, William Kamm, que reclama uma linha directa com o panteão católico, Maria, José, Cristo e, em algumas ocasiões, vários anjos e demais criaturas celestiais, estabeleceu a sua autoridade com profecias sortidas transmitidas por estas divindades cristãs, com especial incidência pela «virgem» Maria.

Como em tantos outros cultos apocalípticos estas profecias referem-se ao fim do mundo, com referências ao estado deplorável da Igreja católica actual e à sua «liberalização». Aliás, William Kamm, ou a pequena pedra, pretende que a «Virgem» lhe anunciou ser ele o sucessor de João Paulo II, não o oficial, que seria o anti-Cristo, mas o espiritual. Com uma missão delicada divinamente predestinada: ser o pai da humanidade que sobreviverá ao apocalipse (que ele já previu por diversas ocasiões…) por intermédio da sua progenitura com 12 rainhas e 72 princesas.

A explicação de como a «Virgem» suspendeu as leis normais católicas, nomeadamente as respeitantes ao adultério e à (hiper)abundância de consortes, por mor da sua missão sagrada foi transmitida pela televisão nacional australiana em Novembro de 1997, (no programa 60 Minutes, TCN Channel 9), e, em 1 de Janeiro de 1998, reafirmou a sua obediência aos preceitos católicos numa carta pública que afirmava ser o seu adultério permitido pelo papa Inocêncio III.

Aparentemente a justiça australiana não reconheceu as revelações divinas e a pequena pedra está a ser julgada por crimes sexuais, nomeadamente acusado por uma das «escolhidas» para tão honrosa distinção, que tinha 15 anos à altura da benesse. Embora não seja a primeira vez que a pedra vai a julgamento por casos semelhantes, espera-se que desta vez seja condenado!

Já desde 2000, data do massacre em Kanungu, se suspeita que a pequena pedra foi o inspirador do líder desse outro culto apocalíptico, o Movimento para a Restauração dos Dez Mandamentos de Deus, o actualmente em parte incerta Joseph Kibwetere.