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Perseguição religiosa

Foi com algum constrangimento que li, no Diário de Notícias, que um centro social judeu, que servia refeições kosher aos fiéis desfavorecidos, tinha sido atacado, no passado domingo, em Paris. No local do incidente foram encontradas diversas inscrições racistas, nomeadamente, «o mundo será mais puro quando não houver mais judeus», «sem os judeus seríamos felizes» ou «morte aos judeus», devidamente acompanhadas com as habituais cruzes gamadas.

Um documento oficial do passado mês de Julho indicava uma «aceleração muito forte» dos ataques racistas e anti-semitas no primeiro semestre de 2004, superando o total das agressões do ano anterior. Perante os últimos acontecimentos, o gabinete nacional de vigilância contra o anti-semitismo receia um aumento deste tipo de actos durante as festas judaicas, que se realizam no mês de Setembro.

No ano em que a França celebra os 60 anos do fim da ocupação nazi, o país depara-se com este cenário terrível e inadmissível num século que deveria ser mais tolerante. Todas as perseguições religiosas são inaceitáveis e bárbaras. Todos têm direito a adorarem o que entenderem ou a não adorarem o que quer que seja. Essa é a beleza da Democracia e da laicidade.