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Erros, abusos e má fé

16 de Agosto de 2004  |  Escrito por pfontela  |  Publicado em Não categorizado  |  Comentar

Ontem o decrépito líder católico dirigiu-se aos peregrinos em Lourdes, proferindo um discurso de «apoio à vida» onde condenou a eutanásia e o aborto. Não há nada de surpreendente nestes factos, já desde há muito que não esperamos ouvir nada de razoável dos representantes dessa corte medieval que é o Vaticano. O facto de um embrião com dias ou poucas semanas não ser vida humana por nenhum padrão aceitável cientificamente não impende a ICAR de continuar a insistir na sua versão errónea. Mas há uma história algo divertida por detrás de toda esta posição. Tudo começa com Tomás de Aquino, que defendia que o embrião não tem alma até várias semanas depois do inicio da gravidez, aceitando assim o princípio de Aristóteles que dizia que a alma é a «forma substancial» do ser humano. De forma simples este princípio implica que não existe alma até se ter um corpo distintamente humano. Ora, Tomás de Aquino sabia que um embrião não tem uma forma humana desde o momento da concepção e assim chegou à sua conclusão de que até ao fim de algumas semanas não havia alma. A ICAR aceitou este ponto de vista oficialmente em 1312 no Concílio de Viena. Durante o Séc. XVII ao observar óvulos fertilizados em microscópios primitivos vários cientistas pensaram ter observado pequenas pessoas completamente formadas (chamaram-lhes homúnculos). A ICAR, seguindo o seu ponto de vista, afirmou que visto terem forma humana desde a concepção, tinham que ser tratados como seres humanos e seguiu-se a condenação total do aborto. Ora hoje sabemos que tais homúnculos não existem, tratou-se apenas de um erro de observação. Mas enquanto a ciência progrediu a posição da Igreja manteve-se inalterada, mesmo sendo sustentada por um erro com quase 400 anos. É de notar que a posição do concílio de Viena nunca foi revogada.

Depois temos a posição sobre a eutanásia que além de atentar contra a mais básica liberdade do indivíduo (a de dispor da sua vida como entender) é francamente desumana. Para quando políticos com coragem para enfrentar estes MIB (Men In Black – também conhecidos por padres) e repor a dignidade e liberdade humanas?

Ao longo de uma cerimónia que durou 3 horas (zzzz…) houve ainda tempo de exortar as mulheres católicas contra o materialismo e a secularização… não vá um dia acontecer que essas duas coisas possam de facto torná-las iguais.

 

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