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A Morte

Porque é que os Ateus não acreditam na vida após a morte?

Por correio electrónico recebi de um membro da nossa lista de discussão(ver no site www.ateismo.net a respeito desta lista) chamado Alexandre um texto que responde na perfeição a essa pergunta. Com a autorização dele, aqui reproduzo esse texto (mantendo a versão do português em que é escrita):

Sabe, se eu queimar um lenço de papel, ele também nunca mais vai voltar. Mas eu sei perfeitamente o que é que lhe aconteceu. A combustão do lenço

provocou uma reorganização dos átomos que constituíam o lenço de papel.

Esses átomos associaram-se a oxigénio para formar gazes diversos que se vão dispersar na atmosfera, enquanto que outros formam cinzas que se acumulam no chão. Não há nada de misterioso nisto, e bem sei que o lenço nunca mais voltará.

Agora você, ou a voz que está dentro de sua cabeça é produzida pelo seu

cérebro. Quando você morre, o seu cérebro desintegra-se (apodrece, é

incinerado, etc). A voz dentro da sua cabeça desaparece porque o cérebro que a produzia desapareceu. Não vai voltar porque os átomos que constituíam o

cérebro estão dispersos.

Uma vez mais não há nada de misterioso nisto, e não é de espantar que

ninguém tenha voltado da morte para contar a experiência.

Talvez você não acredite que a sua voz na cabeça é produzida pelo seu

cérebro. No entanto, a investigação científica mostra isso mesmo. Pode-se

alterar a voz usando drogas que agem sobre o cérebro (pode-se por exemplo

criar um estado depressivo profundo simplesmente com administração de certas drogas). Também se pode danificar a sua voz interior danificando o cérebro. Eu posso acabar com a sua fala se lhe tirar as cordas vocais. Mas se lhe tirar certas partes do cérebro, você não poderá sequer “imaginar” falar. A sua voz interior será muda.

Portanto não há a meu ver grande mistério no que acontece quando uma pessoa morre. É como o lenço que se queima, ou a planta que seca, etc. Deixa de existir, ponto final. Na realidade o problema vem da dificuldade de imaginarmos a nossa não-existência. Desde que damos por nós, existimos. Nunca tivemos experiência de outra coisa, e não sabemos como imaginar a nossa não-existência. Um pouco como tentar imaginar o infinito ou um volume de cinco dimensões. Sabemos como é, não é nada de misterioso, mas não o podemos conceber.