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A vida está difícil. A fé é que salva… alguns



A Igreja católica (ICAR) tem vindo a perder clientela, que muitos atribuem ao anacronismo das suas propostas e ao carácter autoritário do seu clero. É uma explicação insuficiente, quiçá errada, e perigosa. O islão é ainda mais retrógrado e não lhe faltam prosélitos, mártires e conversos. Numa análise empírica dir-se-ia que, quanto mais reaccionária é uma igreja maior é o seu poder de sedução, quanto mais violento e cruel é o seu Deus, mais dóceis e piedosos se tornam os crentes. As aparências escondem o carácter decisivo que o controlo do aparelho de Estado e dos meios de produção exercem sobre a fé.

Pode ver-se como, no Islão, os aparelhos militares, políticos e administrativos se encontram nas mãos do clero, sem prescindirem do aparelho repressivo que estimula a fé, quando esta vacila.

 Qualquer religião que perca o domínio económico e o aparelho de Estado, agora que o conhecimento deixou de ser monopólio eclesiástico, perde influência e tende a exercer um papel residual na sociedade.

Claro que as superstições e alguma apetência pelo fantástico serão sempre aproveitadas para conduzir as ovelhas ao redil da salvação. A ignorância e o desespero fazem o resto. 

 

Isto é válido para as religiões com alvará e para as que se estabelecem nas esquinas dos bairros pobres. Os métodos não variam muito, apenas a sofisticação.