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Milagre precisa-se

A Igreja Católica portuguesa anda muito atarefada com os planos de canonização do Beato Nuno. Mas… quem é esta personagem?

Nuno Álvares Pereira, filho ilegítimo D. Álvaro Gonçalves Pereira, prior do Hospital, nasceu em Junho de 1360 na vila de Cernache, perto de Coimbra. Foi para a corte aos 13 anos, e é armado cavaleiro por D. Leonor Teles com o arnês do Mestre de Avis, de quem se torna amigo. Adere à causa do Mestre, que o nomeia fronteiro da comarca de Entre-Tejo-e-Odiana. Foi depois condestável do reino e mordomo-mor. Recebeu de D. João I os títulos de 3º conde de Ourém, de 7º conde de Barcelos e de 2º conde de Arraiolos.

O grande feito de Nuno Álvares Pereira é a concepção do plano que derrotou os castelhanos e, assim, devolveu a independência a Portugal.

Em 1423, professou na Ordem dos Carmelitas, tomando o nome de Frei Nuno da Santa Maria. Mandou edificar o Convento de Santa Maria do Carmo, em Lisboa, onde morreu, no dia 11 de Novembro de 1431, já com fama de santo. Desde o século XV que é objecto de culto, o que foi reconhecido pelo Papa, em 1918. É chamado Santo pelos Portugueses e pelos Carmelitas, e Beato pela restante Igreja.

Ontem, o Pe. Francisco José Rodrigues, Vice–Postulador da causa de Canonização do Beato Nuno Santa Maria, disse à Agência Ecclesia que seria ouro sobre azul se o Beato Nuno fosse canonizado dia 8 de Dezembro de 2004 (o processo foi encerrado a 3 de Abril). Só há um problema: ainda não há registo, em qualquer área da Medicina ou de qualquer outro ramo do conhecimento, de um milagre – requisito essencial para a marcação de uma data para a canonização. Portanto, este fim de semana, 1 e 2 de Maio, as relíquias do beato estarão expostas ao público em Vila Viçosa porque, segundo o padre, as pessoas têm de continuar a rezar para que o milagre apareça.