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Sousa Lara – um excelente católico, candidato a beato

Em 1992 o subsecretário de Estado da Cultura, Prof. Dr. Sousa Lara, excelente católico, temente a Deus, de confesso e prática eucarística frequentes, opôs-se a que «O evangelho segundo Jesus cristo» fosse candidato a um prémio literário europeu. Considerou que o livro ia «contra a moral cristã dos portugueses».

A Pátria ficou a dever ao Prof. Dr. Sousa Lara a mais corajosa tentativa de poupar o País à acção deletéria de Saramago, escritor que até o órgão oficial da Santa Sé apelidou de inveterado comunista. Bateu-se no PSD, em conferências e na comunicação social pelos sãos princípios e bons costumes, pela defesa da ordem, a restauração da monarquia e a propagação da fé. Combateu sempre o divórcio, a despenalização do aborto e das drogas leves, os vícios e o ateísmo militante. É um homem de respeito, um português de que a Pátria se devia orgulhar, um crente que não se afasta dos santos e rectos caminhos da Providência, em suma, o filho que muitas mães gostariam de ter.

É um cidadão com elevado prestígio entre o clero, a nobreza espoliada dos títulos nobiliárquicos e as senhoras da melhor sociedade da Linha. Além disso, mandou erigir uma cruz do amor numa propriedade.

No entanto, a providência divina não evitou ao serôdio cruzado, no âmbito do processo da “Universidade Moderna”, a acusação pelos crimes de “associação criminosa, administração danosa e apropriação ilegítima” nem ao perigoso ateu a atribuição do prémio Nobel da Literatura.

Só faltava a Sousa Lara que o actual primeiro-ministro viesse pedir desculpa pelo acto censório de então e convidasse o ateu censurado para um repasto na sua residência. Aconteceu hoje.

«Deus castiga os que mais ama». 😉

P.S. Sousa Lara considerou que as «tréguas», depois do almoço desta quinta-feira com Durão Barroso, ficam mal a este Executivo. «Se tivesse escrito bem sobre Cristo, ficava-lhes bem, agora aquela obra sobre Jesus Cristo não lhes fica bem, com certeza», declarou à TSF.