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Em verdade, em verdade vos digo, Mel Gibson é um excelente católico – cruel, supersticioso e anti-semita.

Acabei de ver a Paixão de Cristo, de Mel Gibson. É uma excelente encenação da fábula de Cristo para promoção da burla de Deus.

Não admira que JP2 tenha dito que foi mesmo assim que as coisas se passaram. Era o que, ainda há meio século, as catequistas ensinavam às crianças – medo e terror ao serviço da superstição e da fé. Ao menos o filme destina-se a maiores de 16 anos.

O realizador sabe da sua arte e conhece a bíblia. O filme reflecte não apenas o sofrimento que terá sido infligido a Cristo mas também a crueldade de que os católicos são capazes para impor a sua verdade. E fá-lo com indisfarçável gozo.

Tal como o árabe é a língua sagrada para difundir os versículos do Corão, indispensáveis ao terrorismo islâmico, também o aramaico e o latim são línguas com que Mel Gibson acerta contas com os judeus e faz a apologia do cristianismo. O filme exulta com a violência e exalta a morte, bem ao gosto da tradição católica. O terrorismo ideológico e a crueldade visual já estavam nos evangelhos. Mel Gibson é um fanático, reaccionário e cruel – futuro santo da ICAR – que se masturba com o sofrimento e traz de regresso o anti-semitismo que, após a segunda grande guerra, tem estado entre parêntesis.