Diario de uns Ateus

  • Home
  • Contactar
  • AAP

A Concordata está a ser revista em segredo

28 de Fevereiro de 2004  |  Escrito por Carlos Esperança  |  Publicado em Não categorizado  |  Comentar

A cerimónia de despedida do núncio apostólico em Lisboa, em 2002, noticiada pelo jornalista Carlos Albino (DN de 24 de Outubro), foi um acto protocolar que o MNE, Martins da Cruz, transformou num gesto de subserviente genuflexão.

Não sei se foi o remorso pela conduta nos movimentos diplomáticos a que procedeu ou o gosto por aviões de luxo que o levou a procurar a absolvição dos pecados no acto de vassalagem que então prestou ao núncio.

Mesmo que fosse – e não é – “inegável que a maioria da população portuguesa professa a religião católica ou se acolhe à Igreja em momentos importantes da sua vida” não tinha o direito de prometer o reforço da sua influência, já excessiva, no domínio “do ensino, da assistência social, da cultura, nos múltiplos domínios em que nos habituámos a ver uma Igreja activa e empenhada em contribuir para a solução de problemas nacionais”.

“Como católico considero um privilégio ocupar a pasta dos Negócios Estrangeiros no momento desta importante negociação” – afirmou, na altura, com a mesma convicção do seu homólogo do tempo de Salazar. Foi um sacristão, com o “privilégio” de ser ministro, de joelhos, a imaginar o país de cócoras.

O ministro caiu, não pela indignidade das afirmações mas por uma cunha para fazer entrar a filha na faculdade de Medicina. Nada nos garante que o acto de indignidade cívica não possa contaminar a ministra que lhe sucedeu.

Fui hoje alertado para o sigilo concordatário pelo eminente jurista Vital Moreira, no blogue Causa Nossa.

A Constituição, que é laica, obriga a um mínimo de pudor republicano, mas não é certo que o Governo distinga os interesses de Portugal dos da Conferência Episcopal. A liberdade religiosa está em perigo e o País em risco de tornar-se um protectorado do Vaticano vergado ao peso de 44 hectares de sotainas.

Em 7 de Maio de 1940, em pleno apogeu do nazi/fascismo, nasceu a Concordata entre a ditadura salazarista e a do Vaticano, então liderada pelo papa de Hitler – Pio XII. Foi assinada «em nome da Santíssima Trindade…, para a Paz e maior bem da Igreja e do Estado».

A Santíssima Trindade goza hoje de menos prestígio mas a Santa Mafia continua a ter muita força.

 

Arquivo Histórico

Colaboradores

  • Abraão Loureiro
  • Associação Ateísta Portuguesa
  • Carlos Esperança
  • David Ferreira
  • Eduardo Costa Dias
  • Eduardo Patriota
  • Fernando Fernandes
  • João Vasco Gama
  • José Moreira
  • Ludwig Krippahl
  • Luís Grave Rodrigues
  • Onofre Varela
  • Palmira Silva
  • Raul Pereira
  • Ricardo Alves
  • Ricardo Pinho
  • Vítor Julião

Diário

Fevereiro 2004
S T Q Q S S D
 1
2345678
9101112131415
16171819202122
23242526272829
« Jan   Mar »

Commentadores:

Administração

  • Iniciar sessão
  • Feed de entradas
  • Feed de comentários
  • WordPress.org


©2021 Diário de uns ateus
Concebido na plataforma WordPress sobre tema desenvolvido por Graph Paper Press.