Segundo o JN, de ontem, o bispo Manuel Felício, quis silenciar um caso de pedofilia que tinha como suspeito o padre Luís Mendes, vice-reitor do seminário do Fundão e que só a PJ afastou dos alunos, detendo-o.
O bispo emérito da Guarda, António dos Santos, foi alvo de uma reação violenta da sua antiga diocese pois chamou imprudente ao padre Luís, porque «se deitava com alunos». O sucessor não se conteve e questionou a sanidade do bispo emérito, tendo declarado que «o seu estado de saúde está gravemente afetado» e que “qualquer declaração por ele prestada ou que venha a prestar (…) carece de fundamento e só pode ser atribuída a boatos” – segundo o comunicado episcopal.
Apesar das numerosas denúncias e provas que o incriminavam, o JN revela nas páginas 12 e 13, em artigo do jornalista Nelson Morais, que o atual bispo – segundo a mãe de uma vítima –, ficou zangado com a denúncia feita por ela à PJ. Em suma, teria querido abafar o caso sem preocupação com o sofrimento das crianças.
O artigo do JN trouxe-me à memória a conduta do bispo Manuel Felício para com outro padre que, ao contrário do arguido de pedofilia, logo afastou das paróquias onde exercia o múnus. Foi o caso do padre de Almofala, Vermiosa e Escarigo, as três paróquias onde esse padre era estimado e cujos paroquianos se revoltaram com a transferência.
Os fiéis destas localidades, indignados com a transferência do padre, entraram em rutura com o bispo que, após de lhe terem insultado a mãe, numa visita pastoral, excomungou as paróquias e privou-as de sacramentos durante longos meses, privação que por aquelas aldeias ainda incomoda os que se habituaram a ser crentes de nascença.
Soube-se depois que o padre castigado, não era suspeito de pedofilia, mas havia fortes indícios de ter cometido um horroroso pecado. Não era com crianças que se deitava, era com uma mulher. Isso, que os paroquianos aceitavam, bem como uma filha que lhe era atribuía, tornou-se insuportável para o piedoso bispo Manuel Felício.
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