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NETANYAHU, O HERODES DE TELAVIVE

Segundo o evangelista Mateus (2;16), Jesus nasceu em Belém de onde saiu com idade inferior a dois anos levado pelos seus pais para o Egipto, na tentativa, conseguida, de fugir à ira do furibundo Herodes que mandou massacrar todos os bebés no intuito de garantir que acertava no menino que, segundo os seus magos, acabara de nascer e haveria de o contrariar em adulto ameaçando o seu poder. 

Assim fez o seu exército de lacaios servis, matando todos os bebés lá do sítio. Quando Herodes morreu, um anjo avisou José durante o sono para que regressasse à terra de Israel porque o menino já não corria perigo. 

(É curioso notar que em todas as estórias mitológicas das religiões, desde Abraão a Maomé, há anjos portadores de notícias transmitidas em sonho aos protagonistas adormecidos! Foi um processo encontrado pelos escribas dos registos religiosos para justificarem o conhecimento que os heróis das estórias bíblicas e corânicas teriam, num tempo em que não havia jornais, nem telexes, nem carteiros, nem a Agência Noticiosa Ecclesia e nem ésse-éme-ésses).

O problema desta narrativa está no facto de Herodes (cognominado O Grande), ter morrido quatro ou sete anos antes do nascimento de Jesus! Pode ter havido alguma incorrecção na contagem do tempo de factos históricos tão distantes e sem registos para consulta, e parece que o erro de datação teria sido cometido por um monge do século VI, de nome Dionísio (cognominado “O Pequeno” como contraponto a Herodes “O Grande”), a quem o papa Hormisdas (514-523) encomendou a tarefa de estabelecer como primeiro ano da era cristã aquele em que nasceu Jesus. O mais certo foi Dionísio ter-se baseado no Evangelho de Mateus (que não está historicamente correcto, tal como nenhum outro está), segundo o qual Herodes perseguiu Jesus Cristo recém-nascido, não tendo em conta as datas históricas. 

Esta prática de matar bebés e jovens, também foi seguida por Deus na estória bíblica das “Dez Pragas do Egipto”, a última das quais serviu para matar todos os primogénitos, tentando acertar no filho do faraó Ramsés II, que era, afinal, quem Deus queria ferir!… É um modo vil de actuar, mais vil ainda quando a ordem da matança parte de um deus!… 

Pelos vistos parece ser comum, naquela região do mundo, o uso do estratagema de matar todos os habitantes de uma região para acertar nas pessoas que se quer eliminar! No mesmo espaço geográfico, 3000 anos depois de Moisés e 2000 anos depois de Jesus Cristo, o esquema da morte “de-toda-a-gente-para-acertarmos-em-quem-queremos-matar” usa-a também Netanyahu, o actual chefe tribal dos israelitas!… Bombardeia a faixa de Gaza indiscriminadamente, destruindo zonas residenciais, equipamentos sociais, escolas e hospitais, arrasando cidades e até campos de refugiados, matando muitos milhares de gente indefesa, incluindo velhos e crianças (inclusive reféns israelitas que seguravam uma bandeira branca!), para tentar acertar nos elementos do grupo religioso-terrorista Hamas (tão religioso e tão terrorista como demonstra ser Netanyahu) e que, provavelmente… nem estarão lá!… 

O mundo assiste a esta barbárie executada pelos militares lacaios e servis de Netanyahu e dos seus parceiros de governo de extrema-Direita desumana (tal como fizeram os soldados que obedeciam à ordem do criminoso Herodes), sem haver quem mexa um dedo em defesa dos Palestinos assassinados em série… nem quem se levante contra os colonatos judeus que funcionam como grupos de bandidos tomando conta de casas e terras palestinas (e agora também matam palestinos por vingança do acto criminoso que o Hamas praticou em Outubro último). E há quem defenda o mandante desta destruição e destes assassínios bíblicos actuais, começando pelos EUA!… 

Humanamente Netanyahu está ao mesmo nível do outro chefe tribal que o antecedeu na História em cerca de três milénios: o criminoso Herodes!… Usa os mesmos meios para atingir os mesmos fins… mas pior do que isso (ou igualmente mau) é todo o mundo consenti-lo!…

(O autor escreve sem obedecer ao último Acordo Ortográfico)