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Dia: 28 de Janeiro, 2015

28 de Janeiro, 2015 Carlos Esperança

O Papa de Hitler

Pio XII

Quando Franco venceu a sua santa “Crujada”, o papa Pio XII (1939-1958) lhe enviou um telegrama felicitando-o por sua “vitória católica”. O divórcio tornou-se ilegal, o adultério se tornou uma ofensa criminal, a educação religiosa católica foi tornada obrigatória com a Igreja passando a controlar os livros didáticos. Os nomes de registro das crianças tinham que conter pelo menos um nome com conotação religiosa. Cerca de 25.000 casamentos civis foram declarados inválidos. Na Espanha, um acordo com o Vaticano em 1953, tornou ilegal a publicação de obras de religião ou filosofia, sem a aprovação da Igreja Católica Romana.

A Igreja romana teve um tempo um pouco menos fácil com a Alemanha nazista, mas ainda assim, não encontrou muita dificuldade nesse relacionamento. Em 1933 os bispos católicos romanos na Alemanha, numa conferência em Fulda, votaram contra uma resolução crítica do nazismo. Em vez disso, emitiram uma carta pastoral expressando gratidão a Hitler por sua postura moral, suas idéias de moralidade e por se preocupar com questões como planejamento familiar e banho misto *. Como muitos outros líderes cristãos, o Cardeal Faulhaber, arcebispo da diocese de Munique, declarou que Hitler estava no caminho para ser um bom cristão, embora tivesse dúvidas sobre alguns de seus “companheiros”.

28 de Janeiro, 2015 Carlos Esperança

“EM VERDADE VOS DIGO” – Crónica Ateísta (7)

Por

Onofre Varela

Todos somos ignorantes

Por honestidade devo confessar que compreendo muito bem a posição dos religiosos quando consideram ser um escândalo a negação da divindade em que crêem. Em consequência do choque, as suas reacções podem, até,ser violentas, porque entendem ser violento o discurso que contraria as suas mais profundas convicções… e reagem emocionalmente. Provavelmente, se, em vez de ateu, eu fosse frade franciscano, reagiria do mesmo modo!

Se repararem bem, uma discussão entre um religioso e um ateu assemelha-se à de um portista ferrenho com um benfiquista empedernido. Não tem elevação!… As posições antagónicas tomadas no início do confronto verbal são as mesmas que encerram a contenda. Não há cedências nem reconhecimento da razão (sequer parcial) do outro!

Confesso que só aceito defender o Ateísmo publicamente porque estou em minoria numa sociedade de crentes, e sou um defensor acérrimo das minorias que sofrem com a ditadura das maiorias instaladas, neste tempo de democracias tão cantadas mas nunca plenamente cumpridas. Por isso tenho todo o interesse em publicitar o meu pensamento na expectativa de ser ouvido, entendido e, eventualmente, conquistar adeptos para a minha causa.

Acontece que há uma grande verdade no centro de todas as coisas, mas nós só vemos a periferia e sobrelevamos os nossos interesses particulares e egoístas. Essa verdade não é mais do que, todos nós, ateus, agnósticos ou profundamente crentes, sermos, principalmente, ignorantes, vaidosos e interesseiros. Ignorantes porque não sabemos o que há para saber além daquilo que julgamos saber; vaidosos porque garantimos saber o que dizemos, quando dizemos o que imaginamos saber; e interesseiros porque procuramos gritar a nossa razão mais alto do que a razão dos outros (é o que eu faço aqui!…).

Todos somos ignorantes. Os próprios cientistas são ignorantes… eles só procuram, investigam e estudam, porque não sabem!… Se soubessem não se davam a esse trabalho! E eu presumo que sou menos ignorante do que os crentes em Deus, porque a teoria do conhecimento exclui o sobrenatural, e os crentes aceitam-no como paradigma do conhecimento e do saber, defendendo a ideia de um deus de existência real impossível… tal e qual como é propagandeado…

OV
(O autor escreve sem obedecer ao último Acordo Ortográfico)

Diário de uns Ateus – Texto publicado num jornal que merece aplausos de todos os ateus, por ter aberto as suas páginas à opinião de um ateu. O jornal é: GAZETA DE PAÇOS DE FERREIRA.