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Dia: 22 de Setembro, 2013

22 de Setembro, 2013 Carlos Esperança

Associação Ateísta Portuguesa (AAP)

Sob o título, «Numa semana papa provoca igreja católica», o jornalista Helder Robalo, publica hoje, dia 22, no DN, um trabalho que preenche a página 24, com 3 perguntas a cada um dos entrevistados:

– Carlos Esperança, em nome da AAP;

– Francisco Ferreira, ambientalista da Quercus;

– Manuel Lemos, presidente da União das Misericórdias;

– Maria João Sande Lemos, Movimento Nós Somos Igreja;

– João Teixeira Lopes, sociólogo.

As respostas, a seguir à identificação, com fotos, referiam-se às seguintes perguntas:

 

1 – Sabe o dia do seu batismo?

2 – Faz sentido celebrar o dia do seu batizado?

3 – O batismo ainda é uma questão de fé religiosa ou um ato mais social?

Curiosamente o que menos sabe de religião católica, a avaliar pela resposta que vou referir, é o presidente da União das Misericórdias, um organismo da ICAR.

À 3.ª pergunta respondeu: «É preciso ter em conta que há 50 anos, por exemplo, a mortalidade infantil era muito elevada. E as pessoas eram pressionadas socialmente para que, se lhes acontecesse alguma coisa, poderem ao menos aceder ao limbo».

O pio presidente da União das Misericórdias desconhece que, segundo a fantasia da sua Igreja, o batismo é um passaporte para o Paraíso (desde que, como é o caso das crianças de tenra idade, não cometessem «pecados mortais».

Já nem os católicos sabem o que a sua Igreja quer.

22 de Setembro, 2013 Carlos Esperança

Não gosto que se matem uns aos outros

Nesta manhã de domingo, um atentado suicida contra a Igreja de Todos os Santos de Peshawar, a capital de la província paquistanesa de Khyber Pakhtunkhwa, causou pelo menos 78 mortos e uma centena de feridos, entre os cristãos que saíam da missa.

Que raiva é essa dos muçulmanos, como outrora a dos cristãos, e, ainda hoje, a de várias Igrejas contra crentes de Igrejas concorrentes? Que loucura dos livros sagrados, pregada nas madraças e mesquitas, pode levar um crente alienado pela fé, ávido de virgens e de mel, a imolar-se, deixando atrás de si um rasto sangrento de morte?

Que constrangimentos sociais, que demência coletiva, que ódio atávico faz de um crente um assassino e de um homem uma fera?

Maldita fé que perpetuam manuais terroristas, herdados da Idade do Bronze. Para além do ódio que semeiam servem de veículo a jogos geoestratégicos e à cobiça do petróleo. E não faltam delinquentes capazes de morrer e matar em nome de um ser imaginário, na alienação mística que só a crença transmite.

Raios os partam.

22 de Setembro, 2013 Carlos Esperança

O Papa Francisco e a modernidade

A luta contra os demónios da Igreja católica é, para ela, uma questão de sobrevivência. Já a peleja contra o Diabo – o relançamento da terapêutica dos exorcismos – é um ato anacrónico que alimenta a superstição e o medo.

A procura da santidade, entendida como o aperfeiçoamento que o género humano deve prosseguir, independentemente das crenças, descrenças e anticrenças, é um dever moral a que todos os homens e mulheres estão obrigados. A atribuição de um título de santo/a – uma promoção canónica de um defunto antigo –, a quem se adjudicam dois milagres, é um gesto grotesco, não isento de interesses financeiros e políticos, que contribui para o embrutecimento dos povos.

Não se pode chegar à modernidade, em alguns aspetos, e ficar na Idade Média, noutros.

A diabolização da ciência custou à Igreja católica o descrédito. O ridículo conduziu-a ao desprezo pela maioria dos intelectuais e cientistas. A insistência na superstição aliena o respeito de quem pensa e a compreensão dos que duvidam de seres hipotéticos.

O medo que durante séculos foi o instrumento da fanatização, tem de dar lugar à alegria e à esperança de que os povos carecem, quer no cristianismo, em geral, quer no Islão, em particular.

Mas quem é um ateu para dar sugestões às multinacionais da fé, sobretudo ao islamismo atual, que se transformou em assumido fascismo belicista?