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Dia: 28 de Abril, 2013

28 de Abril, 2013 David Ferreira

A verdade católica do Papa Francisco

O Papa Francisco referiu ontem que a fé dos católicos não era alienação, mas a verdade, em contestação a alguns filósofos que afirmam o contrário, e convidou os crentes “a viver com os olhos postos na Pátria definitiva”.

Eu não duvido que a fé de um católico praticante seja verdadeira e sentida. Se não o fosse, todas as fundações da instituição ruiriam como uma má construção perante a ocorrência de um sismo devastador. Mas não duvido, de igual modo, que a fé dos crentes de outras e distintas religiões também o seja.

Tenho contudo muitas dúvidas quanto ao facto de não ser alienação. Porque, vejamos, não sendo a fé católica uma alienação da realidade, mas a verdade última e absoluta, que epítetos ou adjectivos atribuirá então o líder da Igreja Católica à fé sentida pelos crentes que professam outras religiões? Uma má interpretação dos sinais divinos? Uma false flag urdida pelo Senhor das Trevas com o intuito de baralhar os carecentes humanos?

Se o Deus cristão é o mesmo do Islão e do Judaísmo, um Deus que tem tanto de metamórfico como de metafórico, tal não acontece em todas as outras religiões teístas ou não teístas que abundam no mundo. O que nos deixa perante um dilema existencial. Porque, para podermos afirmar inequivocamente que aquilo em que acreditamos é verdadeiro, estamos a assumir inconscientemente que a verdade em que os outros acreditam não a é na sua totalidade. E uma vez que os líderes das outras religiões reclamam as mesmas certezas absolutas relativamente às suas doutrinas, sendo elas tão díspares, e na impossibilidade de estas estarem todas certas, todas se tornam, em relação às outras, alienadas.  Poderemos concluir que a única verdade existente numa determinada crença não é aquilo em que ela se consubstancia, mas apenas a certeza, ou a fé, com que os crentes que a confessam a sentem, ou são levados a sentir, não podendo descurar-se nesta apreciação a subjetividade inerente às caraterísticas particulares do que se entende por sentir, seja a nível pessoal ou coletivo.

Não, eu não duvido da fé de um católico. Apenas duvido da alienação de quem afirma que basta crer para que exista. Sobretudo quando tudo aquilo que se quer haver não faz sentido absolutamente algum a não ser para quem quer à força acreditar no que julga sentir, abstraindo-se, para tal, da legitimidade do sentir alheio.

A verdade da Igreja Católica, assim como os seus pilares de proselitismo tão eficazmente cimentados, não ruirá devido a uma catástrofe repentina, seja ela de origem humana ou natural. Esboroar-se-á aos poucos com o desenrolar do tempo, tal como as pirâmides do antigo e grandioso Egipto, até não ser mais do que um deserto informe de conceitos, desejos e interpretações que o vento se encarregará de reformular com indiferença.

Nada é eterno na sua forma. E ao tempo nenhuma verdade sobrevive.

28 de Abril, 2013 Carlos Esperança

Insistir no Islão radical é insinuar que há outro (2)

Se há quem verdadeiramente me comova, pelo sofrimento desnecessário, é a população muçulmana, vítima dos preconceitos religiosos e da impossibilidade da apostasia, um direito inalienável em democracia e um crime punido com pena de morte nas teocracias.

Os monoteísmos baseiam-se em textos bárbaros, uma herança hebraica de origem tribal e patriarcal. Paulo de Tarso, na sua cisão com o judaísmo, havia de criar a seita à qual Jesus foi alheio, tendo nascido e morrido judeu e circuncidado. Por razões políticas, foi o execrável Constantino, que a si próprio se designou o 13.º apóstolo e que, sem abdicar do mitraísmo, fez da seita cristã a religião que aglutinou o Império Romano.

O ódio aos judeus vem daí, esse ódio que os trânsfugas consagram à ideologia ou grupo donde provêm. O antissemitismo é filho desse ódio irracional, com interesses à mistura, e que serviu para tornar mais dramático um fenómeno de natureza secular, o nazismo.

Os quatro Evangelhos (Marcos, Lucas, Mateus e João) e os Atos dos Apóstolos têm, na contabilidade de Daniel Jonah Goldhagen (in A Igreja católica e o Holocausto) cerca de 450 versículos explicitamente antissemitas, «mais de dois por cada página da edição oficial católica da Bíblia».

Mas o  mais implacável dos três monoteísmos havia de surgir apoiado pelo impulso belicista e a violência das tribos nómadas do deserto através de uma cópia grosseira do cristianismo – o Islão. Desde crianças que as madraças e mesquitas fanatizam as pessoas e ensinam o que aquele rude condutor de camelos – Maomé – pretende delas. No fundo, pretende que todos se convertam ao Islão e «os que não quiserem, matai-os».

Quem esquece a euforia da rua islâmica quando Salman Rushdie foi condenado à morte ou os editores de «Versículos Satânicos» foram assassinados? Quem esquece os gritos ululantes pela morte de turistas infiéis ou dos passageiros dos comboios que seguiam para a estação de Atocha? Quem ignora o êxtase pio pelo desabar das Torres de Nova York ou pelos desacatos provocados pelas caricaturas do Profeta?

Preciso de repetir diariamente o asco que merece o sionismo, outra demência piedosa, para poder alertar para os riscos do Islão, que só produz petróleo e terrorismo?  Algum leitor gostaria de ver uma criança levada à excisão do clitóris, de assistir às chicotadas públicas em mulheres, com gente em delírio, à decapitação de apóstatas ou à lapidação de uma mulher para quem a violação conta como adultério da vítima?

É necessário repetir a tragédia que foram as Cruzadas, a evangelização dos índios, as fogueiras da Inquisição ou as perseguições aos judeus para poder execrar essa maldição medieval que um condutor de camelos, analfabeto e pedófilo, legou à posteridade?

O Islão não é apenas a pior das ideologias com poder, é a mais implacável máquina de tortura e humilhação contra as populações que oprime, sobretudo, mulheres.