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Dia: 22 de Março, 2012

22 de Março, 2012 Ricardo Alves

A secularização da sociedade portuguesa acelera

Em 1977, 1991 e 2001, a ICAR portuguesa fez «contagens de cabeças» nas missas dominicais, a nível nacional e que nos dois últimos casos coincidiram com datas de censo nacional. A evolução que essas contagens permitem vislumbrar (ver artigo de 2007) é de uma secularização progressiva da sociedade portuguesa, com as percentagens (de pessoas presentes na missa católica sobre a população nacional) a caírem de 26% para 23% e depois para 19%.
Em 2011, a ICAR optou por não fazer essa contagem. Todavia, parece que a diocese de Viseu a fez. O resultado é que foram contadas nas paróquias dessa diocese, em fevereiro do ano passado, 43375 pessoas. Dez anos antes, seriam 70752. Ou seja, 39% dos católicos praticantes deixaram de o ser (por falecimento ou desinteresse). A diocese de Viseu resume: a percentagem da população da região que é católica praticante caiu sucessivamente de 33% (1991), para 29% (2001) e agora para 20% (2011).
Extrapolando os resultados de Viseu para o todo nacional, pode ser-se tentado a concluir que a percentagem nacional de católicos praticantes poderá estar agora nos 13%. E parece que os políticos não sabem.
22 de Março, 2012 Carlos Esperança

O feriado do 5 de Outubro e as crenças religiosas

 

A suspensão do 5 de outubro do calendário dos feriados não pode durar mais do que a atual legislatura. Mesmo um governo de igual cor partidária há de reconhecer que a data é património da História e matriz do nosso regime. Basta a substituição por governantes fiéis ao programa do PSD e à memória de Sá Carneiro e Emídio Guerreiro.

A questão dos feriados no último programa «Prós e Contras» do principal canal público teve, voluntariamente ou não, dois objetivos: desviar as atenções da escalada contra os direitos dos trabalhadores e defender o feriado do 1.º de dezembro, respeitável enquanto memória histórica, tendo o programa terminado ao som do Hino da Restauração, adrede preparado pelo político do CDS, Ribeiro e Castro. Era preferível o Hino Nacional.

Bastavam as seguintes leis: divórcio, separação das igrejas e do Estado e registo civil obrigatório, para fazer do 5 de outubro de 1910 uma data emblemática da História de Portugal. Paradoxalmente, a eliminação do feriado, da data que celebra o regime em que vivemos, tem lugar após a patriótica celebração do seu centenário, com legítima pompa e circunstância. A ignorância, a maldade e a ingratidão uniram-se para perpetrar um crime contra a memória.

A existência de feriados ditos religiosos são um perigo para a estabilidade dos regimes democráticos porque abrem a porta a reivindicações de várias religiões numa sociedade que é cada vez mais plural e cosmopolita. Não devem existir feriados religiosos. Que o dia 24 e 25 de dezembro sejam feriados não se discute, apesar de o dia 24 não o ser. É a festa da família e a Igreja católica, que ignora o ano do nascimento de Cristo, quanto mais o dia, poderá sempre chamar Natal ao solstício de inverno que já o mitraísmo festejava antes de Constantino ter usado o catolicismo para unir o império romano.

A Páscoa calha sempre a um domingo, um dos feriados que a ICAR considera a data da ressurreição de Cristo. Cabe ao Estado respeitar a festa religiosa de uma religião que já conta com 52 feriados dominicais. Ir além disso é provocar a competição religiosa pela afirmação simbólica através dos feriados que cada crença consegue impor.

O que não se pode comparar é o 5 de outubro com a Assunção de Nossa Senhora ao Céu, efeméride que poucos católicos sabem que consiste na subida ao Céu, em corpo e alma, da mãe de Jesus. O acontecimento, cuja data, local, meio de transporte e itinerário se desconhecem, só existe desde 1950, data em que o papa Pio XII declarou tão bizarra e improvável viagem como dogma.

O 5 de outubro de 1910 é a data cuja eliminação do calendário dos feriados é um ultraje aos heróis da Rotunda, uma ofensa ao regime em que vivemos e uma vergonha para os órgãos da soberania, em geral, e particularmente para o mais alto cargo que representa a República.

Há a Constituição da República, a Assembleia da República, o Governo da República e, até, o Diário da República. De que ficará presidente o inquilino de Belém?

22 de Março, 2012 Abraão Loureiro

22 de Março, 2012 Carlos Esperança

Vaticano – A sede acusa a sucursal

Vaticano acusa bispos irlandeses de negligência em casos de abuso

Relatório de uma comissão de investigação reconhece problemas passados, mas vê avanços na maneira como a Igreja Católica da Irlanda lida com casos de abuso sexual e pedofilia.

Um relatório divulgado nesta terça-feira (20/03) pelo Vaticano acusa os bispos católicos da Irlanda de negligência em casos de abuso sexual de crianças no país, ao mesmo tempo que vê avanços na proteção das crianças.