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Dia: 22 de Julho, 2011

22 de Julho, 2011 Carlos Esperança

De um manual de maus costumes

Citado num comentário do DA por Rui Gomes

 

Pode dizer-se que o Antigo Testamento é uma obra meramente literária, como dizem, envergonhados, alguns crentes. Mas não é o que pensa o Vaticano:

Duas citações do «Catecismo da Igreja Católica» elaborado pelo cardeal Ratzinger:

«§121 – O Antigo Testamento é uma parte indispensável das Sagradas Escrituras. Os seus livros são divinamente inspirados e conservam um valor permanente, pois a Antiga Aliança nunca foi revogada».
«§123 – Os cristãos veneram o Antigo Testamento como a verdadeira Palavra de Deus. A Igreja sempre rechaçou vigorosamente a ideia de rejeitar o Antigo Testamento sob o pretexto de que o Novo Testamento o teria feito caducar».

22 de Julho, 2011 Carlos Esperança

A Irlanda liberta-se do Vaticano

O fosso entre Estado e Igreja cresceu num dos países mais católicos do mundo: a Irlanda.

O primeiro-ministro Enda Kenny fez um discurso onde atacou diretamente o Vaticano pelo alegado encobrimento dos escândalos de pedofilia.

O discurso vem no seguimento do relatório sobre a diocese de Cloyne, agora publicado, que prova o encobrimento por parte da hierarquia da Igreja: “O relatório de Cloyne mostra a disfunção, a desconexão e o elitismo que dominam a cultura do Vaticano hoje em dia. A violação e tortura de crianças foi menosprezada e gerida de forma a dar primazia à instituição, ao seu poder, imagem e reputação”.

22 de Julho, 2011 Carlos Esperança

A Irlanda e a laicidade

O debate sobre a laicidade percorre a Europa e está em risco de ser asfixiado nos países do Magrebe onde multidões de descontentes apelavam à liberdade com a consciência de que não há liberdade adjectivada. Não há democracias populares, islâmicas ou católicas. Ou há ou não há democracia com as liberdades que lhe são inerentes e a necessidade do aprofundamento da igualdade económica, social e política.

Onde o clero mina o poder político as liberdades ficam em risco.

A secularização da Europa é uma bênção que os radicalistas religiosos abominam mas a laicização parece reforçar-se.

Recentemente a Irlanda teve a coragem de condenar o Vaticano. Fê-lo o Parlamento (por unanimidade) e o Governo. É um bom sinal num país que, até há pouco, viveu sob a tutela eclesiástica, onde os conventos serviam de prisões a jovens mães solteiras, onde as leis civis estavam condicionadas pelo poder das sotainas e onde o cheiro a incenso e a humidade da água benta contaminavam a cidadania.

Da Irlanda sopram bons ventos.