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Dia: 21 de Abril, 2010

21 de Abril, 2010 Ricardo Alves

Em defesa do Papa

Podem encontrar aqui uma série fabulosa de fotografias do Papa Ratzinger, que provam como ele é imensamente fotogénico. Guardem-nas que podem vir a ser úteis…

21 de Abril, 2010 Carlos Esperança

O Diário Ateísta e os avençados do divino

Há crentes cujo fanatismo atinge as raias da incivilidade. Mostram bem do que eram capazes se tivessem o poder de queimar, torturar e silenciar os adversários. É a velha intolerância assimilada, a matriz genética do cristianismo do Antigo Testamento, as pulsões violentas dos Torquemadas.

No Diário Ateísta, a tolerância ateia tem permitido os desequilíbrios da linguagem, da gramática e do pensamento, numa manifestação pedagógica para quem se envenenou com tolices pias e empanturra com novenas e salve-rainhas.

Não podendo o Diário Ateísta dar educação a quem não a recebeu, nem tolerância a quem os livros pios e a acção deletéria da catequese envenenaram, só tem a faculdade de os ignorar ou de lhes impedir o acesso.

Os ignorantes e arruaceiros são violentos por tacanhez intelectual e por crerem que têm um deus com o olho neles capaz de lhes dar no outro mundo o torrão de açúcar com que se adoça a boca aos solípedes depois de uma corrida a galope.

A tolerância é uma virtude que não se aprende com jejuns ou água benta, é apanágio de quem pensa em vez de rezar, de quem anda de pé e não de joelhos, de quem não rasteja aos pés do clero nem da parafernália de santos que o Vaticano cria para maravilhar os pobres de espírito.

Há primatas a espumar de raiva contra o pluralismo, produtores de lama que circulam pela Internet à espera da caixa de comentários onde possam bolçar o ódio que os alimenta e a matéria de que são feitos.

Eles não procuram conhecer opiniões diferentes, encontram nas ameaças que proferem sob anonimato a coragem que lhes mingua para darem a cara. São assim os crentes deste povo onde D. Nuno vem curar o olho esquerdo de uma devota e os pastorinhos ajudam uma coxa a dar uns passos.

21 de Abril, 2010 Carlos Esperança

O niqab, a burqa e a sociedade laica

A defesa da liberdade e da democracia, tal como as entendemos na Europa, torna difícil contrariar o uso da burqa ou do niqab , enredando-nos no aparente paradoxo de proibir a liberdade.

É possível invocar razões de segurança para impedir a ocultação do rosto mas afigura-se difícil interferir nos costumes sem roçarmos a xenofobia e a arrogância civilizacional.

O Estado tem de usar a mesma bitola para os hábitos de freiras e frades católicos e para os adereços femininos islâmicos que são o símbolo de subordinação ao homem como os primeiros o são da entrega a deus.

Os Estados, que deviam ser cada vez mais laicos, vão cedendo no multiculturalismo que não passa de uma provocação religiosa orquestrada no seio das famílias, instigada por mulás e teleguiada das madraças e mesquitas de todo o mundo.

O controlo psicológico da sensibilidade no seio da família e nos guetos tribais de pendor patriarcal exercem uma intolerável coacção psicológica sobre mulheres a quem o Corão, a família e a tradição negam a modernidade e o acesso à autodeterminação.

Não espanta que as jovens que são pela primeira vez alvo de atenção, que deixam de ser por momentos mero objecto, afirmem sentir-se bem com as peças que são o símbolo da opressão feminina, sem pensarem que o mal não está no uso mas na obrigatoriedade de milhões de mulheres condenadas a fazê-lo, com risco de serem açoitadas e humilhadas.

Tal como não aceitamos discutir hábitos de higiene, vacinas ou obrigatoriedade escolar, não devíamos discutir símbolos que remetem para a humilhação e a discriminação de género. É de uma sociedade inclusiva e de cidadãos que precisamos não de provocações tribais onde a mulher é um objecto e a liberdade uma heresia.

A Europa não pode ser o alfobre de novas aventuras totalitárias de cariz religioso depois de liberta graças à repressão política exercida sobre o clero que a envolvia em guerras cruéis e intermináveis.

Enquanto a fé não for um direito inalienável, mas remetido para a esfera privada, não vão terminar as provocações do fascismo islâmico cujo proselitismo tem de ser parado como aconteceu ao nazismo, ao estalinismo e a outras derivas totalitárias.