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Dia: 4 de Fevereiro, 2010

4 de Fevereiro, 2010 Carlos Esperança

REFLEXÕES SOBRE RELIGIÃO

Por

C S F

As religiões baseiam-se num pensamento ilusório que falseia a origem do universo e do próprio homem cuja validade é apenas justificada pela fé.

Combina um máximo de subserviência com um máximo de idealismo do conhecimento que apenas admite o eu como realidade (solipsismo).

Inventa-se ver e não se procura ver.

Perguntas:

Se o criador inventou a realidade naturalmente e sem esforço, por que razão havemos de o louvar servilmente por isso?

O universo e certas paisagens terrenas inóspitas demonstram que o criador foi deliberadamente indiferente e hostil ao homem e a toda a vida!

Se um deus pode curar um cego num milagre, por que razão não optou por erradicar a cegueira?

Que sentido tem o criador, depois de expulsar os demónios, tê-los feito entrar numa vara de porcos? Só porque estes animais serem desprezíveis aos olhos dos homens da época em que foi contada a parábola?

As rezas são contínuas e, muitas vezes realizadas para debelar catástrofes impressionantes, mas nunca se vêm resultados?

A cura das consequências de um pingo de óleo fervente num olho duma cozinheira, em casa de um padre, é suficiente para catapultar um nobre militar medievo a santo centenas de anos depois de ter morrido (Nuno Álvares Pereira)?

Há quem afirme que a religião pode não ser verdadeira, mas que isso não importa porque é eficaz a dar consolo a muitos…

Se a conversão às religiões foi desde sempre efectuada pela força do poder de Estado e dos seus exércitos, agora que temos mais liberdade e as nossas vidas não estão em perigo, por que razões devemos aderir aos rituais?

4 de Fevereiro, 2010 Carlos Esperança

Eficácia duvidosa…

Fiéis rezam pelos doentes

O 18º Dia mundial do doente será assinalado com a celebração da Eucaristia, na Capelinha das Aparições. Em 2010 comemora-se as bodas de prata da Pastoral da Saúde.

4 de Fevereiro, 2010 Carlos Esperança

Laicidade & Identidade: uma mistura explosiva?

Por

E -Pá

A polémica sobre o “véu islâmico” varre a França há vários anos. Ela é, acima de tudo, fruto do secularismo que está entranhado no povo gaulês e de um indefinido sentimento de islamofobia, cujas raízes se entroncam no fatídico 11 de Setembro de 2001.

Citando um político conservador, Jacques Chirac, então ( em 2004) Presidente da República francesa, uma das essências da República é a laicidade. Disse sobre este problema: “a separação entre Estado e religião, é a pedra fundamental da República, o conjunto de nossos valores comuns de respeito, tolerância e diálogo”.
Com certeza que sim!

É, todavia, discriminatório restringir este problema aos diferentes tipos de véus ou vestimentas islâmicas. A laicidade deve tocar a todos. Nomeadamente, por serem mais expressivas demograficamente, aos cristãos e aos judeus.

Não se percebe a razão da proibição do véu islâmico se, ao mesmo tempo, não interditarmos – para nos circunscrevermos às religiões mais conhecidas – o uso de quipás (aquele solidéu que cobre o apex da cabeça dos judeus), nem a permanência de crucifixos pendurados em espaços públicos, nomeadamente em escolas.

Como, também, não se compreende a discriminação dos feriados religiosos que, habitualmente, na Europa, contemplam, selectivamente, a religião cristã. Porque não são feriados, por exemplo, o Yom Kippur (judaico) e Aïd-el-Kebir (muçulmano)?
Na verdade, a comunidade islâmica em França é enorme. Cerca de 5 milhões.

Mas a polémica não se restringe ao uso de símbolos religiosos. Sarkozy incorporou neste campo, já minado pela discórdia, o problema da identidade francesa..

Este novo item introduzido na discussão levou, por exemplo, a que tenha sido recomendado a recusa do direito de residência e cidadania a pessoas que apresentem sinais visíveis de práticas religiosas radicais.

É, neste convergência entre o uso de símbolos e a questão da identidade nacional francesa que a comunidade islâmica se sente particularmente atingida e vislumbra um incontornável traço de segregação.

Na verdade, sendo difícil definir o que são “práticas religiosas radicais” (o facto de os muçulmanos rezarem 5 x dia, será radicalismo?) as propostas de Sarkozy são, no concreto, um sério obstáculo a integração dos muçulmanos na sociedade francesa.

Na realidade, os problemas há muito tempo que se adivinhavam. O ministério empossado e escolhido por Nicolas Sarkozy conta com a participação de Eric Besson (por coincidência um homem oriundo da área socialista) que assumiu o cargo num “novo” ministério, com múltiplas competências: para a Imigração, Integração, Identidade Nacional e Desenvolvimento Cooperativo.

Esta designação contem a marca de água dos valores retrógrados da Direita (não obrigatoriamente republicanos como os de Chirac) e é reveladora de objectivos submersos que não andarão longe da pura xenofobia.

Como diz o povo: Nem tudo o que luz é ouro…!