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Dia: 18 de Julho, 2009

18 de Julho, 2009 Carlos Esperança

H.U.C. – Curiosidades pias

No refeitório do Centro de Cirurgia Cardiotorácica dos Hospitais da Universidade de Coimbra, à entrada da enfermaria, está dependurado um Cristo enorme onde, no crucifixo, além da marca (INRI), está gravada esta lúgubre admoestação:

Vim para que tenham vida

É este proselitismo, a apropriação do espaço público, de forma permanente, que nos dá a ideia da vocação prosélita e totalitária dos crentes.

18 de Julho, 2009 Carlos Esperança

Divórcios católicos

Nulidades famosas

A anulação de um casamento católico não se chama divórcio, diz-se anulação.

É a mesma coisa mas muito mais cara, acessível apenas aos poderosos e, em regra, com o recurso à mentira.

O pretexto da não consumação, sem provas, está para a anulação dos casamentos como as curas miraculosas para as canonizações. São os expedientes do costume.

18 de Julho, 2009 Carlos Esperança

Testamento vital

O Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV) aprovou, na reunião do passado dia 16, o parecer sobre os «Direitos dos doentes à informação e ao consentimento informado», que inclui o testamento vital.

Não sei se o beato juízo do Presidente da República, depois de decidir intrometer-se na vida partidária, condicionando o Governo e a AR, desejará evitar a discussão pública sobre o testamento vital. Não compete ao PR decidir o que os portugueses devem pensar nem à sacristia o que as pessoas podem decidir.

Perante as encarniçadas maratonas médicas para prolongarem por algumas horas ou dias a vida de pacientes, sem esperança de sobrevivência e com sofrimentos escusados, cabe a cada um decidir como quer ser tratado ou deixar de sê-lo.

O CNECV que é integrado por um colaborador do Ponte Europa, André Pereira, tem a função de dar pareceres informados mas é aos cidadãos que cabe decidir o que querem e à AR legislar no sentido de respeitar a vontade de cidadãos que não obriga nem lesa a vontade oposta de outros cidadãos.

Há algo de totalitário na vontade de impor aos outros os nossos valores e preconceitos. O testamento vital há muito que devia estar a ser discutido pelos portugueses e a ser-lhes explicado que, tal como nos casamentos homossexuais, no divórcio e no aborto, por exemplo, a lei não impõe, limita-se a conceder direitos a quem os pretende exercer.