Por
O jornalista da RAI, Roberto Balducci , foi privado da sua rubrica após ter tecido um aparte irónico sobre o Papa e os gatos que o acompanham nas férias e que, segundo o comentário jocoso do jornalista, ainda conservam paciência para o escutar…!
Nota – Não parece gostar de arminhos. Usa-os para adornar o seu barrete papal (é esse o nome?). Bem, mais parece um barrete de Pai Natal!
Católicos não se podem calar, diz Núncio em Fátima
O Núncio Apostólico em Portugal, D. Rino Passigato, afirmou este Domingo em Fátima que os católicos não se podem “resignar” ao “silêncio cómodo de quem prefere não anunciar”, mesmo quando “o anúncio da Palavra de Deus incomoda”.
O pedido de desculpa dos bispos bascos, mais de sessenta anos depois, pelo silêncio da Igreja sobre a morte de 14 sacerdotes, no tempo de Franco, é, apesar de tudo, um acto de coragem e dignidade de bispos de hoje a contrastar com a cobardia e conivência dos bispos franquistas.
A delirante febre do Vaticano em canonizar as vítimas do lado franquista fica em xeque. Confirma a deriva fascista do Vaticano que beatificou e canonizou centenas de vítimas do lado sedicioso e desprezou e ocultou os clérigos que apoiaram o governo legal.
A execução de 14 padres durante a Guerra Civil Espanhola ((1939-45) pelas forças do general Francisco Franco foi um acto rotineiro de quem assassinou centenas de milhares de espanhóis como retaliação pelo apoio ou simples suspeita de simpatia pelo Governo republicano, democraticamente eleito.
Quem conhece um pouco da guerra civil espanhola e da violência que emergiu dos dois lados da barricada sabe que não houve anjos em qualquer dos lados. A crueldade foi o traço comum a republicanos e franquistas. Também por isso, o Vaticano escusava de ter retomado, pela via das canonizações, a manifestação de apoio que as ditaduras fascistas sempre lhe mereceram.
Monsenhor Esvrivà foi em vida um fervoroso apoiante de Franco, o que não o impediu de ser canonizado com três excelentes milagres que obrou cadáver. Estes 14 sacerdotes morreram do lado errado e nunca farão milagres. Não podem aspirar à santidade e hão-de contentar-se com a inútil missa que o remorso dos bispos lhes consagrou, enquanto o Papa os ignora e procura o piedoso entendimento com os sequazes do bispo Lefebvre.
É nestas alturas que nos recordamos do bairro de 44 hectares, obra de Mussolini, criado pelos acordos de Latrão. O actual Papa está à altura da tradição.
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