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Dia: 25 de Novembro, 2008

25 de Novembro, 2008 Carlos Esperança

O Papa quer um banquete

Por

Kavkaz

Ratzinger, de alcunha Bento XVI, fez mais um dos seus discursos líricos para encantar e pasmar os crentes.

Desta vez resolveu “explicar” aquilo que os crentes já ouviram muitas vezes. Parecer-lhe-á talvez que os crentes entendam mal o que lêem e ouvem, precisando de explicador. À falta de novidades de “Deus”, ele vai repetindo os temas há muito conhecidos, na tentativa de os crentes os decorarem definitivamente.

O Papa andou à volta do tema imaginário do “Reino de Deus”. É sabido que “Deus” não escolheu a República para si. Preferiu a “Monarquia” onde pode mandar sem um prazo limitado e a belo prazer. Há ainda alguns países do mundo que têm monarcas inspirados em “Deus” e reinam da mesma forma, à sua vontade. Portugal correu com eles em 1910.

O Papa “explicou” que o “Reino de Deus não é deste mundo”. Então para quê tentar o Vaticano impô-lo neste planeta? É despropositado e fora do seu devido lugar! O Papa poderia poupar tempo a impor-nos o “Reino de Deus”, reformar-se ou dedicar-se a outra actividade em vez de se desgastar com o que “não é deste mundo”. Seria bem mais realista e justo.

Ratzinger afirmou também que se deve colocar “em prática o amor ao próximo”. Lá vem o Papa oferecer amor… Neste tema ultrapassa até o D. Juan. Quer amar a todos. E se algum homossexual aceitar? Os que não precisarem dos serviços amorosos do Papa terão de se cuidar. Parece insaciável! É um perigo o homem… E é contra o uso do preservativo. Cuidem-se!

O Papa Bento XVI mostra o seu mau feitio quando ameaça com o “Juízo final” quem não levar a sério aquilo em que ele acredita. Tenta meter medo às pessoas com castigos de “Deus”, pois só dessa forma conseguirá “amar o próximo” e subordiná-lo. Truques da religião!

Bento XVI, depois de assustar os crentes, muda de atitude para terminar o seu discurso em beleza. Garante-nos que haverá um “banquete que Ele (“Deus”) preparou para todos”. Afinal, o Papa afirma saber que “Deus” está ocupado na preparação de um “banquete” e quer festa! Com uma promessa destas os crentes só podem ter adorado o discurso do Papa! Nada melhor do que a promessa do pecado da gula em banquete preparado por “Deus”! À religião também se atrai pelo estômago!

25 de Novembro, 2008 Carlos Esperança

Vaticano – Azedume contra a laicidade

O jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano, chamou de “ódio anti-religioso” a decisão da justiça espanhola de mandar retirar os crucifixos de uma escola pública.

Em artigo publicado nesta segunda-feira, o autor, o escritor e jornalista espanhol Juan Manuel de Prada, colaborador regular de L’Osservatore Romano, estimou que “os crucifixos podem ofender apenas os que querem que o Estado se transforme em um novo Deus com um poder absoluto sobre as almas”.

25 de Novembro, 2008 Carlos Esperança

Espanha – Apelo ao esquecimento

Antonio María Rouco Varela, cardeal de Madrid, presidente da Conferência Episcopal Espanhola, chefe da ala mais reaccionária da Igreja católica e pirómano político que açulou manifestações contra o Governo democrático, apela agora à reconciliação.

De que reconciliação fala o raivoso agitador que desceu à rua a abanar a mitra e brandir o báculo quando a lei consagrou o direito ao casamento de pessoas do mesmo sexo? O que pretende o velho franquista, que nunca teve um gesto de arrependimento perante os assassinatos de Franco, que continua a venerar, e que só por pejo se abstém de propor a elevação aos altares com as centenas de beatos e santos com que quis provocar o confronto entre espanhóis, com a ajuda do Vaticano?

O frio e inflexível cardeal, devoto do Opus Dei, apenas deseja evitar a «recuperação da memória histórica», isto é, a averiguação sobre centenas de mortos que jazem em valas comuns, tombados pela fúria assassina do franquismo com a conivência da ICAR «y de la gracia de Dios».

Quem agora fala de «perdão e amor fraterno» é o bispo medieval com ódio à laicidade e alma de inquisidor. É o lobo, após o banquete, a apelar à reconciliação entre a alcateia e os cordeiros.

Rouco Varela é o exemplo vivo da intolerância, um avatar dos inquisidores que assaram hereges em nome da Contra-Reforma num país onde o espírito aberto da Reforma nunca entrou.