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Dia: 30 de Setembro, 2008

30 de Setembro, 2008 Carlos Esperança

Associação Ateísta Portuguesa

Religião: Associação Ateísta acusa Câmara de Famalicão de pagar romarias a Fátima e pede ao Governo levantamento de processo contra autarquia
2008-09-29 14:32:13

*** Simon Kamm, da Agência Lusa ***

Lisboa, 29 Set (Lusa) – A Associação Ateísta Portuguesa (AAP) queixou-se ao Governo por o município de Famalicão ter promovido e suportado uma visita a Fátima de mais de nove mil idosos, considerando tratar-se de uma “inaceitável quebra da laicidade do Estado”.

No entender da AAP, a excursão que a 20 de Setembro levou mais de nove mil munícipes idosos famalicenses ao Santuário de Fátima, e que foi paga pela Câmara de Vila Nova de Famalicão, representa uma “inaceitável quebra da laicidade do Estado”, uma vez que “num Estado laico, as autarquias não devem apoiar oficialmente a devoção a uma religião”.

Em declarações à agência Lusa, o seu presidente, Alfredo Esperança, considerou “ética e civicamente lamentável” a “promoção de peregrinações religiosas por órgãos do Estado ou autarquias”, adiantando que foi enviada ao Ministério da Administração Interna (MAI) uma carta a “pedir o levantamento de um processo contra o presidente da Câmara, Armindo Costa”.

“Queremos saber qual é a base legal para a utilização de dinheiros públicos neste tipo de excursões e qual o montante gasto”, vincou.

O MAI já teve a tutela das autarquias mas esta passou para a dependência directa do primeiro-ministro em 2007. Fonte do gabinete do secretário de Estado Adjunto e da Administração Local – que agora tutela as autarquias – disse à Lusa que “a situação vai ser vista”, mas que “para já não há comentários a fazer”.

A Câmara de Famalicão também já respondeu através do seu vice-presidente, Leonel Rocha, – Armindo Costa, o presidente, encontra-se “fora do país a participar num seminário internacional” -, classificando as acusações da AAP de “ridículas”, dado que estas “não reflectem minimamente a veracidade dos factos e nada têm a ver com os propósitos da autarquia”.

“Todos os anos fazemos um passeio/convívio recreativo ao Santuário de Fátima, mas não é verdade que se trate de um passeio religioso. Ninguém é obrigado a entrar no Santuário para qualquer acto religioso. As pessoas fazem o que bem lhes apetece na cidade”, disse à Lusa.

Leonel Rocha garantiu também que a autarquia ouviu sempre os idosos sobre os espaços a visitar: “Tentamos marcar para outros locais o passeio mas a maioria esmagadora preferiu ir a Fátima”, afirmou.

Esta explicação não convence Alfredo Esperança. O dirigente da AAP quer ver esclarecido, em “nome da laicidade do Estado e da moralidade pública”, qual a “base legal para a despesa com tão elevado número de autocarros e outros custos adicionais para uma manifestação de carácter particular”, e se de facto “foram propostas outras alternativas de visita”.

A iniciativa, sem custos para os idosos, envolveu mais de centena e meia de autocarros, assim como ambulâncias das três corporações de bombeiros do concelho: “Solicitamos que esta situação seja esclarecida, que se averiguem eventuais ilícitos e se proceda em conformidade”, frisou.

Considerou também, numa posição pessoal, este tipo de iniciativas “uma espécie de pré-campanha autárquica”, denunciando “não tratar-se de um caso isolado”, já que “várias câmaras organizam excursões deste tipo há anos”.

Também o vice-presidente da Comissão da Liberdade Religiosa, Fernando Soares Loja, considerou à Lusa que a iniciativa autárquica “não é razoável” e “viola claramente o princípio da separação”.

“Não é um caso único. Parece impossível, mas é o que acontece. É lamentável”, afirmou.

O vice-presidente do órgão independente e consultivo do Parlamento e do Governo lembrou que, existindo o “princípio de separação entre o Estado e religião”, o Estado “não pode usar de forma legal recursos públicos para subsidiar romagens a lugares sagrados na perspectiva de apenas uma comunidade religiosa”.

“Acho isto uma falta de pudor dos responsáveis autárquicos, uma vez que se acabam por afirmar autarcas de alguns cidadãos e não de todos”, frisou, considerando que o Governo e o Parlamento “não terão dúvidas sobre a ilegalidade desta actuação”.

Já o vice-presidente do Município de Famalicão lamenta que a AAP queira “impor agora a todos os outros a sua própria vontade e deturpe o propósitos da autarquia”.

Lusa/Fim

keywords: religiao Portugal
30 de Setembro, 2008 Carlos Esperança

Feliz Ano-Novo à moda dos judeus

Por

Kavkaz

Na noite de hoje para amanhã, dia 30 de Setembro, segundo o calendário judaico, comemora-se os 5.679 anos do final da criação do Mundo e da modelação do Adão, o primeiro e único homem feito a partir do pó e que se mexeu com um assopro de “Deus”, como relata o “Génesis”. A festa do “Rosh a-Shona” (início do ano, na língua hebraica), diz a tradição, marca o destino das pessoas para o ano inteiro. Os judeus religiosos cumprimentam-se uns aos outros, acendem velas festivas e lêem a oração do ano.

Na culinária os crentes judeus comem na noite de hoje maçãs com mel e desejam uns aos outros um “bom e doce Ano-Novo”. Na mesa do jantar é tradição estar presente uma cabeça de peixe, romãs, saladas de cenoura, beterraba e outras, hambúrgueres, salsichas, o tradicional kebab, burekas, com batatas, peixe gefilte, pão, sumo de uva, bebidas sem álcool e outros. A salada de cenoura deve ser doce, um sinal de fé de que as decisões de “Deus” serão doces.

No primeiro e segundo dias do ano os crentes judeus reúnem-se durante a tarde junto das águas, rezam, reviram os bolsos das calças e os cantos das roupas, onde geralmente se encontram migalhas ou sujidade, o que simboliza o desejo de limparem todos os seus “pecados” e entrar no Ano Novo com desejos puros.

O Ano-Novo judeu trará a saída do Presidente Olmert com acusações de corrupção. Ele, em jeito de despedida, foi muito sincero aos jornalistas, que publicaram hoje a opinião dele, ao dizer que Israel deveria ceder territórios em todas as frentes, à Síria e aos palestinianos, incluindo Jerusalém Ocidental, para conseguirem alcançar uma paz duradoura. É o reconhecimento doloroso das anexações indevidas na guerra de há 40 anos atrás. É no que dá os crentes acreditarem na “Bíblia” e esta mencionar uma “terra prometida”, esquecendo-se de indicar as fronteiras. Um erro de “Deus”!