14 de Maio, 2008 Carlos Esperança
Devia ter rezado antes…
… embora os resultados fossem os mesmos.
… embora os resultados fossem os mesmos.
Os horrores sofridos pelos judeus ao longo dos séculos, o cheiro a gás dos campos de concentração nazi e a orgia genocida do anti-semitismo levaram a ONU a conceder uma pátria a um povo martirizado pela persistência em manter a identidade.
A má consciência mundial, três anos após a libertação de Auschwitz, esteve na origem da decisão.
Os fantasmas religiosos nunca deixaram de estar presentes e atiçar ódios a um país que foi outorgado aos judeus e de que os palestinianos nunca abdicaram.
Seis décadas deviam chegar para erradicar o imperialismo sionista e para persuadir os palestinianos a tolerarem a existência de Israel. Este país, apesar das críticas que suscita, não obstante o fundamentalismo beato e agressivo dos judeus das trancinhas, é um estado próspero e rege-se por normas democráticas.
Os palestinianos islamizados até ao absurdo, pobres e abandonados, tornaram-se a carne para canhão das ambiciosas teocracias que emergem como potências regionais e o álibi para alterar o mapa geopolítico.
Os judeus acreditam que são o povo escolhido por Deus, os palestinianos têm a certeza de que Deus os ajudará a destruir Israel e os cristãos evangélicos dos EUA anseiam pelo regresso dos judeus à Palestina para anteciparem o regresso de Cristo à Terra.
Entre a demência mística, os interesses estratégicos, a maldição do petróleo e os negócios internacionais, o barril de pólvora está cada vez mais próximo do rastilho que ameaça explodir o Médio Oriente e alastrar a outras regiões do globo.
De pouco valem posições equilibradas de quem se opõe simultaneamente à destruição de Israel e ao expansionismo sionista.
Sem paz entre os judeus e os palestinianos não há futuro para nenhum deles e sobram ameaças para o resto do mundo.
Só a secularização das populações e o desprezo pela Tora e pelo Corão os poderia congregar mas as mesquitas e as sinagogas são espaços de intolerância e o húmus onde germina o ódio e cresce a violência.
Einstein era de opinião que a religião é «produto da debilidade humana» e que se baseia em lendas bastante infantis.
Numa carta quase desconhecida, enviada ao filósofo Eric Gutkind e publicada ontem no diário inglês «The Guardian», Einstein afirma: «A palavra Deus, para mim, não é mais do que a expressão e o produto da debilidade humana: a Bíblia é uma colecção respeitável, mas primitiva, de lendas não obstante demasiado infantis. Nenhuma interpretação, por subtil que seja, pode (para mim) mudar isso.
Fonte: El País, hoje. Pg. 42
Fátima sempre serviu à ICAR como arma política. É ali, perante as multidões de peregrinos, que se lançam as grandes campanhas clericais. Este ano, parece que o problema é a perspectiva de o Estado legislar no sentido de reconhecer os casamentos entre homossexuais.
Não há razão para temer o que se vai passar. A ICAR pode fazer a campanha do costume, com a deusa de Fátima a chorar sangue, os padres histéricos e os movimentos de «leigos». Já perderam com o aborto e perderão outra vez no novo regime do casamento. Os tempos mudaram e a ICAR manda cada vez menos.
Gostava de ter sido eu a escrever este artigo.
O diretor do observatório astronómico do Vaticano, padre José Gabriel Funes, afirmou que Deus pode ter criado seres inteligentes em outros planetas do mesmo jeito como criou o universo e os homens.
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.