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Dia: 1 de Abril, 2008

1 de Abril, 2008 Mariana de Oliveira

O culto da caverna

Mais 14 membros de um culto russo que esperava pelo fim do mundo debaixo da terra, saíram nesta terça-feira depois de a neve derreter, causando uma segunda derrocada na gruta.

O grupo mudou para uma casa nas proximidades onde vivia o líder religioso, que se auto-declara profeta Pyotr Kuznetsov.

Os negociadores tentavam persuadir os restantes 14 a saírem do abrigo subterrâneo, construído no último Outono na região de Penza, a 650 quilómetros de Moscovo. Comunicavam por uma chaminé que vinha dar à superfície.

O vice-governador Oleg Melnichenko disse que uma parte da gruta tinha caído nesta terça-feira e que os membros do culto disseram às autoridades de emergência que tinham tido uma visão divina que os instruiu a sair.

Na sexta-feira, outros sete membros já tinham abandonado o abrigo, quando se dera uma primeira derrocada, ameaçando a destruição de toda a estrutura do abrigo.

Ao todo, 35 pessoas tinham entrado para a caverna no início de Novembro para esperar pelo fim do mundo, que eles disseram que ocorreria em Maio.

Ameaçaram a polícia detonar a gruta se as autoridades os tentassem tirar à força.  O grupo que saiu nesta terça-feira entregou três espingardas.

Fonte: Sol, 31 de Março de 2008.

1 de Abril, 2008 Mariana de Oliveira

Intervenção a bem da nação

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa exortou os católicos a intervirem mais na sociedade, perante um Estado que não deve ser «militantemente ateu».

Se a tolerância é cada vez mais a base da «sociedade pluralista» actual, regista-se hoje «uma incrível exclusão da presença católica dos ambientes públicos e políticos», afirmou D. Jorge Ortiga.

«Não podemos aceitar ser excluídos dum processo de humanização integral» e o «Estado democrático não pode ser militantemente ateu e deixar de reconhecer, respeitar e procurar satisfazer a opção dos cidadãos a quem proporciona as condições necessárias para viver a sua religião, respeitando as outras crenças», sustentou.

Para o arcebispo de Braga, «os cristãos portugueses devem manifestar que nunca abdicarão, em princípio e acções, dos seus direitos e das responsabilidades inerentes que derivam da simples cidadania».

Por isso, os cristãos «devem acordar para uma maior responsabilidade sócio-política» e «afirmar a sua capacidade de intervenção, não tendo medo de congregar ideias, suscitar iniciativas e delinear uma cultura», defendeu.

Na assembleia plenária desta semana serão eleitos novos órgãos directivos, mas o até agora presidente da CEP defende que o catolicismo «acredita num futuro marcado pelos valores que professa» e por isso «nunca poderá prescindir de dar o seu contributo à edificação dum país mais justo».

Na sua opinião, «a intervenção na vida social é estruturante do cristianismo», explicou o arcebispo de Braga que recusa fazer uma análise da actuação da Igreja baseada em «realidades estatísticas ou resultados de sondagens».

Fonte: Sol, 31 de Março de 2008.

1 de Abril, 2008 Mariana de Oliveira

Tudo sereno

A encenação d’ «Os Versos Satânicos» foi considerada «pura provocação» à comunidade muçulmana por muitos religiosos, mas a estreia não provocou as reacções violentas que muitos receavam.

O escritor Bahman Nirumand descreveu as produções como «equipamento bélico psicológico» sob a aparência de liberdade artística, que apenas servem os mais radicais. «Posso garantir que os fundamentalistas devem estar muito contentes», afirmou, na rádio alemã.

A estreia d’ «Os Versículos Satânicos», no teatro de Potsdam, foi escoltada por um forte aparato policial embora não tenham ocorrido quaisquer incidentes.

A comunidade muçulmana residente do país decidiu ignorar o acontecimento e houve até quem dissesse que «insultar o Islão» era apenas mais uma forma de atrair audiências.

O encenador da peça, Uwe Laufenberg, afirmou que a obra não pretende atacar o Islão ou causar algum tipo de controvérsia, mas sim celebrar um livro fundamental na história da literatura moderna.

«Espero que seja uma chance para se perceber do que realmente trata a narrativa», declarou. «A história da obra de Rushdie é sobre unidade e não contra ninguém».

Fonte: Sol, 31 de Março de 2008.

1 de Abril, 2008 Mariana de Oliveira

Versão 2.0

Numa entrevista, a propósito da Semana Santa, monsenhor Marcony Vinícius Ferreira, braço direito do arcebispo de Brasília, João Braz de Avis, propôs métodos revolucionários para passar a palavra da fé entre uma juventude «cada vez mais apática».

«Jesus usaria a internet, assim como o Papa usa o telefone celular, todos os meios onde a sua palavra pudesse chegar», disse.

Há pouco mais de dois mil anos, Jesus «entrou em Jerusalém num Domingo de Ramos montado num burro, que era o ‘Omega 2.0’ de hoje», acrescentou Marcony, referindo-se a um modelo automóvel que a norte-americana General Motors deixou de fabricar no Brasil em 1998.

«Jesus foi à casa de homens ricos como Zaqueu, Mateus e Simão. Este ofereceu-lhe um jantar fabuloso. Foi à casa de pobretões como Marta, Pedro e outros. Jesus se aproveitaria dos espaços oferecidos para interagir. Iria ao Congresso Nacional, ao Maracanã. Onde Ele pudesse conversar com o povo, ser ouvido, Ele iria», assegurou o religioso, perguntado sobre se Cristo aceitaria um convite para um churrasco.

Fonte: Sol, 21 de Março de 2008.