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Dia: 21 de Março, 2008

21 de Março, 2008 Mariana de Oliveira

O problema é o latim

De acordo com a Agência Lusa, o Conselho dos Judeus da Alemanha «criticou o regresso da oração em Latim pelos judeus na Sexta-Feira Santa, considerando-a retrógrada e discrimatória da sua religião».

Na oração é pedido que os judeus reconheçam Jesus Cristo como o salvador de toda a humanidade e que, para isso, sejam devidamente iluminados por ele.

A presidente do Conselho dos Judeus da Alemanha, «entende que essa formulação representa um retrocesso em relação à de 1970, instituída pelo Papa Paulo VI, em que se dava um tratamento, a seu ver, mais respeitoso e conforme a vontade comum de diálogo interconfessional».

21 de Março, 2008 Carlos Esperança

Páscoa

Dizem-me que:

 A Páscoa é sempre no primeiro Domingo depois da primeira lua cheia após o equinócio de Primavera (20 de Março).

Esta datação baseia-se no calendário lunar que o povo hebreu usava para identificar a Páscoa judaica, razão pela qual  é uma festa móvel no calendário romano. Mas sei que o imperador Constantino, no Concílio de Niceia, também se meteu no assunto, com a ajuda de 318 bispos, no ano 325.

Este ano a Páscoa acontece mais cedo do que qualquer um de nós voltará a viver! E só o Manuel de Oliveira e poucos mais viram alguma vez uma Páscoa tão temporã (maiores de 95 anos!).

A próxima vez que a Páscoa vai ser tão cedo como este ano (23 de Março) será no ano 2228 (daqui a 220 anos). Já poucos seremos vivos! A última vez aconteceu em 1913.

A próxima vez em que a Páscoa for um dia mais cedo, 22 de Março, será no ano 2285 (daqui a 277 anos). A última vez que foi em 22 de Março corria o ano 1818. Por isso, ninguém que esteja vivo hoje, viu ou irá ver uma Páscoa mais cedo do que a deste ano.

Quanto aos votos canónicos que é mister apresentar nestas festividades, relacionadas com o equinócio da Primavera, deixo para outros, mais créus, a formulação acompanhada do adjectivo relacionado com a santidade.

Ficam, porém, os votos de um bom fim-de-semana alargado e um abraço, para todos os leitores do Diário Ateísta.

21 de Março, 2008 Carlos Esperança

Bin Laden – terrorista beato

Volto ao tema já abordado pelo Ricardo Alves.

Bin Laden, um beato criminoso e contumaz, não renuncia à obsessão pia de destruir a laicidade que assegura a democracia, a liberdade religiosa e os direitos humanos. Para o grotesco islamita só conta a vontade de Maomé, de acordo com a sua exegese do Corão. Direitos humanos, igualdade de género, liberdade individual e modernidade são detalhes que é preciso erradicar, para gozo do Profeta, porque não são direitos, são sintomas de declínio da fé.

O fracasso da civilização árabe, na sua incapacidade para criar algo de bom ou útil no seu ocaso, transformou a frustração generalizada de populações tribais em beatos que encontraram na religião e na língua árabe os traços de identidade, habilmente dirigidos para o ódio aos infiéis. Foi assim que o perigoso delinquente se transformou num herói que faz suspirar a rua islâmica.

A Europa, acobardada perante os clérigos, esquece as guerras religiosas que a laceraram no passado, cede à reclamação de privilégios e à apropriação do poder por vários credos enquanto descura a vigilância das instituições democráticas.

As acusações feitas a Bento XVI, a respeito das caricaturas de Maomé, além de falsas, são um ataque aos princípios democráticos e ao espírito de tolerância. Não podendo o Papa defender-se, por falta de pergaminhos democráticos, é obrigação dos europeus reagirem às acusações falsas e ameaças intoleráveis.

Na Europa das Luzes a publicação de caricaturas é um direito, independente dos gostos e das crenças que incomodem. O vídeo de Bin Laden ofendeu-me e, nem por isso, deixo de me bater para que a comunicação social tenha o direito de o exibir. É a liberdade que as religiões suportam mal e os clérigos execram.

Se hoje cedermos nas caricaturas, amanhã abolimos o álcool, depois proibimos o porco e acabamos a lapidar mulheres, a degolar hereges e a decapitar os membros aos ladrões, com cinco orações diárias e uma peregrinação a Meca.

Enquanto se confundirem as práticas medievais do Islão com características culturais, corremos o risco de não saber distinguir a civilização da barbárie, a democracia da fé e a liberdade do direito canónico.

21 de Março, 2008 Ricardo Alves

As freiras já podem ir à praia do Meco

Há uma empresa holandesa que já vende para Portugal o «burquini», um fato de banho de acordo com os preceitos islâmicos, e que portanto cobre todo o corpo à excepção dos pés, das mãos e da cara.

Sabendo que o Diário Ateísta é o blogue mais popular em conventos e seminários, deixamos aqui a informação, esperando que seja útil às freiras que na próxima estação balnear se queiram deslocar a esses antros de perdição que são as praias lusitanas.