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Dia: 28 de Dezembro, 2007

28 de Dezembro, 2007 ricardo s carvalho

os criacionistas não são nossos amigos

«[…] Uma viagem para apanhar frutos ao sul de New South Wales acabou com a morte de um campista Escocês que se viu envolvido numa discussão bizarra sobre criacionismo e evolução.

O campista Inglês Alexander Christian York, de 33 anos, foi hoje condenado a um máximo de cinco anos na prisão pela morte do Escocês Rudi Boa, em Janeiro do ano passado.

O sr. Boa morreu a 27 de Janeiro, após ter sido apunhalado no parque de férias Blowering, perto de Tumut. […]

[A]o final da noite, uma discussão entre York e Boa sobre criacionsimo contra evolução acabou numa gritaria. Boa e a sua namorada, ambos cientistas biomédicos, argumentavam em favor da evolução, enquanto que York mantinha uma prespectiva mais bíblica. […]

O sr. York tinha estado a preparar o jantar quando atacou o casal fora da sua tenda, apunhalando o sr. Boa com a faca de cozinha. […]

Em Julho, o sr. York foi dado como culpado de homicídio por negligência, mas absolvido da acusação de assassinato do sr. Boa. Foi hoje condenado a um máximo de cinco anos na prisão. […]»

(News.com.au -- 14.12.2007, tradução minha)

28 de Dezembro, 2007 ricardo s carvalho

“o homem”: criação especial de deus…ou não?! (2)

«[…] Os macacos sabem fazer contas de somar de cabeça tão bem como qualquer estudante universitário – é a conclusão de um estudo de Elizabeth Brannon e Jessica Cantlon, da Universidade de Duke (nos EUA), publicado na revista online “PLoS Biology” […]

Se os macacos tocassem na caixa com a soma correcta, eram recompensados. Já em relação aos estudantes, foi-lhes pedido que escolhessem a soma correcta sem contar os pontos individualmente. Os humanos acertaram em 94 por cento das vezes, contra 76 por cento nos macacos, mas o tempo de resposta foi idêntico em ambas as espécies (cerca de um segundo).

Já se sabia que humanos e animais partilhavam a capacidade de representar mentalmente números e de os comparar, mas desconhecia-se se os animais também sabiam fazer operações mentais de aritmética. Quais são as origens evolutivas da aritmética? […]»

(PÚBLICO.PT -- 18.12.2007)

28 de Dezembro, 2007 Carlos Esperança

Extremistas hindus atacam cristãos

Extremistas hindus atacam cristãos e queimam igrejas na véspera de Natal.

Com a mesma clareza com que denuncio as interferências políticas e o proselitismo do Vaticano, a infiltração e influência dos protestantes evangélicos na Administração dos EUA, a exegese reaccionária do cristianismo ortodoxo ou o demente fascismo islâmico dos suicidas assassinos, também repudio com firmeza a intolerância hindu para com os cristãos.

Parece que o racionalismo e o iluminismo foram esquecidos, que à secularização que enfraqueceu o espírito prosélito e a justiça eclesiástica sucede, de novo, uma ânsia de impor um só Deus a todos os homens e eliminar os que o não aceitem. É a exaltação da fé pelos que não toleram a liberdade. É a exacerbação da violência em nome de Deus.

Estamos a assistir ao agravar dos radicalismos religiosos e, em vez de se pugnar por um laicismo profiláctico, beatos de todos os quadrantes defendem maior influência das suas religiões na esfera pública. É o regresso à Idade Média em que havia indulgências para quem convertesse os outros, a bem ou a mal.

É este erro fatal que leva à limpeza da fé e ao totalitarismo religioso de acordo com a geopolítica. O Islão, que já foi tolerante no fim do primeiro milénio da era actual, há muito que entrou na paranóia prosélita que dilacera o mundo.

Dos EUA os protestantes evangélicos aguardam a vinda do novo Messias e envolvem-se em cruzadas de sabor medieval. Do Vaticano saem instruções para evangelizar os outros e convertê-los à religião verdadeira – a do Papa.

Só faltavam os hindus a queimar igrejas e a perseguir cristãos. Em nome do pluralismo e da liberdade religiosa temos de exigir aos estados civilizados que a natureza religiosa dos crimes seja um factor de agravamento de pena.

A Humanidade precisa de paz e o pluralismo é condição indispensável. À semelhança do que acontece na política, onde a pluralidade partidária é uma exigência democrática, também as religiões se deverão submeter às normas que impeçam o totalitarismo que as devora.

28 de Dezembro, 2007 Ricardo Alves

Sam Harris lança o «Projecto Razão»

Sam Harris, depois do sucesso do seu primeiro livro e da publicação de um segundo, prepara-se para lançar uma fundação («The Reason Project») dedicada a «difundir o conhecimento científico e os valores laicos» na sociedade, com o propósito de contribuir para a «erosão (…) do dogmatismo, superstição e fanatismo». A fundação contará, no seu conselho consultivo, com figuras como Richard Dawkins, Daniel Dennett, Rebecca Goldstein, Ayaan Hirsi Ali, Steven Pinker, Ibn Warraq e Steven Weinberg, e promoverá conferências, produzirá filmes e fornecerá bolsas.

Em muitos casos, o ateísmo militante é uma porta de entrada para a militância laicista ou para a divulgação científica. Em Setembro, na conferência da Atheist Alliance (aqui referida pelo Ricardo Silvestre e pelo Helder Sanches), Sam Harris mostrara já ter compreendido que a religião não vai desaparecer, talvez nem no século 4º da era iluminista, e que os ateus, de facto, têm pouca apetência para «converter» crentes. Efectivamente, não existem, em todo o mundo, muitas organizações ateístas. Os ateus que decidem associar-se optam ou pela intervenção política laicista, ou pela difusão do pensamento crítico e céptico (nalguns casos, pelos dois caminhos), em ambas as situações misturados com outros que não são ateus ou não se definem nesses termos. Em Portugal, temos a Associação República e Laicidade e a Associação Cépticos de Portugal.