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Dia: 30 de Novembro, 2007

30 de Novembro, 2007 Ricardo Alves

Quatro anos

O Diário Ateísta celebra hoje o seu quarto aniversário. Afirmámo-nos como um dos dez blogues de língua portuguesa mais lidos, embora sejamos, provavelmente, desses dez o menos citado (o que atesta como sobrevivem, mesmo num meio pretensamente desenvolto como a blogo-esfera, os preconceitos de origem religiosa e as dificuldades em lidar com um blogue apartidário).

Num país em que a TV pública fala das «aparições» de Fátima como se fossem um facto, em que os jornais ainda precedem o nome dos bispos (mas só dos da ICAR) de um reverente «D.», e em que raramente se fala de como pensa e vive essa (afinal…) maioria da população que não pratica qualquer religião, o Diário Ateísta destacou-se por fornecer uma visão ateísta e científica do mundo, reflectir sobre ética e valores a partir de premissas humanistas seculares, divulgar notícias que os jornalistas «religiosamente correctos» escondem ou distorcem, e tratar os membros do clero como pessoas iguais às outras. Nestes quatro anos, o Diário Ateísta ajudou também a organizar três encontros de ateus, duas idas à televisão, publicitou dois livros de autores da casa ou quase, e contribuiu para mudar o modo como se olha para a religião em Portugal.

É de toda a justiça recordar os colaboradores que nos ajudaram a chegar aqui, e que por razões diversas que pessoalmente lamento em cada caso, se afastaram do Diário Ateísta: Palmira Silva, Ludwig Krippahl, Luís Rodrigues, Pedro Fontela, André Esteves, Christiane Assis Pacheco e Mariana Pereira da Costa. E seria falta de educação deixar de agradecer o apoio dos nossos comentadores mais frequentes: gt, 1atento, José Moreira, Ana, D. Frederico da Sé de Braga, Nina the Cat, panúrgio, Veríssimo, kavkaz, Adão Latorre, Satanucho, ateu comunista, FR, entre muitos outros.

Infelizmente, a presença nas caixas de comentários de católicos (leigos e sacerdotes) deseducados pela missa, que cospem óstia e vomitam o seu discurso de ódio, insultos e ameaças, pode obrigar-nos a alterar o modo de funcionamento das caixas de comentários. Chegámos a um ponto em que a tolerância excessiva se tornaria laxismo. O Diário Ateísta tem a singularidade de ser um espaço criado por ateus e para ateus, e portanto não permitiremos que as constantes tentativas de boicote desvirtuem essa intenção. Acima de tudo, estamos aqui para nos divertir.

30 de Novembro, 2007 Ricardo Silvestre

Porque se riem as pessoas dos criacionistas (parte 2)

Vamos continuar com esta sequência de vídeos no Youtube sobre o ridículo das bases do criacionismo.

O que vamos ver neste clip é o refutar de uma das questões favoritas destes boçais, a probabilidade de algo «acontecer».

De uma forma mentecapta, o que estes idiotas dizem é que tudo o que seja muito complicado, e logo muito improvável de ter acontecido, é explicado com «foi deus que criou». Como se pode imaginar, este estilo de preguiça e cobardia mental promove a ignorância e o comodismo científico.

Prestam atenção principalmente aquando da explicação de como uma rocha é formada (à volta dos -2.30seg). A minha parte favorita é a explicação da «queda da bola e a probabilidade de ela cair para o chão na mesma direcção»

Muito educativo, e muito devastador. E mostra o quanto a ideia que «é deus que criou e é deus que controla» é uma vergonha para uma raça que conseguiu evoluir tanto como a nossa.

Brevemente termino esta sequência, com o terceiro video (e o mais delicioso deste grupo).

30 de Novembro, 2007 Helder Sanches

Reencarnação sob referendo

Segundo noticia o Times Online, o Dalai Lama coloca a hipótese de consultar os seus seguidores num referendo sobre a sua reencarnação. Basicamente, pretende saber se os seus cerca de 14 milhões de seguidores em todo o mundo pretendem que ele reencarne ou não! Se a maioria achar que não, ele simplesmente não renascerá; caso contrário, quebrará a tradição centenária e nomeará ele próprio um reencarnado. Parece complicado, mas não é. Afinal, é apenas religião… e tudo é possível!

30 de Novembro, 2007 Hacked By ./Localc0de-07

Lei divina mata Americano de 14 anos

Não deixa de ser extremamente humilhante para a espécie humana conseguir respostas para o sofrimento e para muitas situações de morte e estas serem totalmente rejeitadas por motivos religiosos, por crendices estúpidas que matam o alheio, e não só. Dennis Lindberg, um rapaz de tenra idade, 14 anos, morreu anteontem (28/11/2007) em Seattle após rejeitar uma transfusão de sangue por questões religiosas, as leis bárbaras bíblicas sobrepuseram-se uma vez mais à vida Humana.

Infância passada com pais viciados em metanfetamina, Dennis acabou por ser educado pela tia, uma Testemunha de Jeová, após o seu pai ser preso por posse de drogas, abandonado o contacto com as substâncias ilegais acabou por cair na toxidade religiosa, fatal se afigurou.

Os pais de Dennis enveredaram pela via judicial, tentando forçar desta forma o filho a viver, intoxicado estava com as ideias religiosas advindas da tia. Mas o veredicto final foi a morte, a atribuição da responsabilidade plena a uma criança de 14 anos, “Não acredito que a decisão de Dennis seja resultado de algum tipo de coação. É maduro e entende as consequências de sua decisão.” proferiu o juiz John Meyer, da Corte Superior do condado de Skagit na manhã de Quarta-Feira, o resultado foi rápido e eficaz, às nove horas da noite Dennis falecia.

Os pais de Dennis tinham completado os seus tratamentos, estavam totalmente sóbrios, ao contrário da tia de Dennis, sua mentora na toxicidade religiosa, o tratamento da fé inexistiu, “A minha irmã fez um excelente trabalho ao fazê-lo crescer, mas as suas convicções religiosas nunca deveriam ter sido impostas ao meu filho.” desabafou o pai de Dennis.

Seattle Post-Intelligencer: Boy dies of leukemia after refusing treatment for religious reasons

Também publicado em LiVerdades

30 de Novembro, 2007 Carlos Esperança

Diário Ateísta – 4.º Aniversário

O Diário Ateísta é o projecto conseguido de uns ateus fartos do poder do clero romano, de Governos que se ajoelham e de pessoas habituadas a viver de rastos. Não se poderá dizer que tenhamos privilegiado algumas religiões em relação a outras. Todas são más, todas trazem o veneno da superstição e da mentira e o vírus do proselitismo.

Nestes últimos quatro anos morreram milhões de pessoas vítimas de ódios religiosos e do fanatismo dos clérigos que acicatam os instintos primários de crentes fanatizados. Ninguém foi chacinado por ateus ou agnósticos, pelo menos nessa qualidade, mas foram muitos os que morreram às mãos daqueles a quem disseram que matar infiéis agradava ao seu deus e espalhar a fé era uma obrigação.

Os protestantes evangélicos encontraram em Bush o homem que fala directamente com Deus e que se deixa enganar pelo pantomineiro. Os judeus ortodoxos continuam a enrolar as trancinhas e a sonhar com o expansionismo sionista. Os muçulmanos matam a troco de 72 virgens que julgam de burka despida à sua espera no Paraíso. Os padres romanos, dirigidos pelo capataz do Vaticano, andam em cruzadas contra o divórcio, a IVG, o uso do preservativo e a pretenderem conquistar o poder político.

Nos países onde o clero foi remetido para as sacristias não há guerras religiosas. Não se é perseguido por recitar o terço, ir à missa, rezar virado para Meca ou ser encontrado a tentar derrubar à cabeçada o Muro das Lamentações.

Nos países onde a vontade de Deus se sobrepõe à dos homens decapitam-se pessoas, lapidam-se mulheres, amputam-se membros e o medo e a violência são as armas que mantêm os regimes de terror teocrático na coutada de tal Deus.

É contra o obscurantismo religioso, o fanatismo, o embuste dos milagres e o fabrico de santos que o DA, dia após dia, ridiculariza, acusa e blasfema. É na defesa da Declaração Universal dos Direitos do Homem que se esforça por manter um espaço que é trincheira contra o fundamentalismo que ressurge pela mão dos clérigos e se espalha por contágio dos beatos que nascem como cogumelos nas noites frias e húmidas de Novembro.

Vamos continuar, para gáudio de brasileiros e portugueses que nos visitam, mais de um milhar todos os dias, em peregrinação laica a este espaço não infectado por Deus.