Ora bem, quem não tem nada para dizer de novo, escreve livros sobre o trabalho dos outros.
As «pulgas» do ateísmo: em grande forma, como se pode ver.
Para ver mais «pulgas» visite o NOVA
O mundo está cada vez mais inseguro. As ogivas nucleares estão ao alcance de qualquer ditador e de todos os alvos. Não há boas mãos nem países de confiança, mas o perigo é maior quando a fome, o desespero e a fé se juntam numa mistura explosiva potenciada pelo ódio.
No Paquistão, o presidente Pervez Musharraf acaba de declarar o estado de excepção para evitar que, dentro de dias, o Supremo Tribunal se pronunciasse sobre a legalidade da sua recente reeleição e promete, a partir das próximas eleições gerais, previstas para Janeiro de 2008, a restauração das liberdades democráticas, como se pudesse restaurar o que nunca existiu e acaba de impedir.
No Paquistão só existe um poder – o militar -, acossado por bandos tribais que detêm armas sofisticadas, relações de poder medieval e a convicção inabalável de que podem destruir os infiéis. É aqui que a civilização, os países democráticos e os bem instalados cidadãos do hemisfério Norte se encontram desafiados.
A cumplicidade das democracias com as ditaduras é o pecado original do pragmatismo. No Paquistão o general Musharraf está tão intranquilo como a União Europeia e os EUA. Não há tempo para esperar que das montanhas onde floresce a papoila e o Corão brote o Iluminismo, a Reforma e a Revolução Francesa, e que a cultura helénica e o direito romano influenciem o plágio grosseiro do cristianismo que guia os líderes tribais e religiosos do Islão.
Na Europa, a Guerra dos Trinta Anos foi há quase quatro séculos e terminou, depois de sangrentos combates, com a Paz de Westfália onde nasceu a liberdade religiosa e a modernidade.
Não podemos esperar tanto tempo e nem eles nos deixam esperar.
DA/Ponte Europa
Enquanto o Papa B16 reza pelos pontífices mortos, certamente necessitados da remição dos pecados, e denuncia as «ameaças» que atacam a instituição da família, um assunto em que o celibatário se julga especialista, os bispos portugueses vão em peregrinação a Roma, ao beija-mão do ditador vitalício e de visita à Cúria Romana.
Portugal tem 49 bispos: 21 titulares de diocese, 8 ajudantes e 20 eméritos, estes com o prazo de validade caducada. Mas, dos quase dois quarteirões de bispos, só 35 vão ao Vaticano. Não sei se os outros ficam de piquete para a confirmação que algum devoto solicite ou para o funeral de um defunto importante que se esqueça de respirar.
Bispos não faltam, apesar de não se reproduzirem, devido à idade e ao medo. De padres é que a reserva vai minguando e já começam a chegar a recibo verde alguns exemplares polacos, brasileiros e dos PALOPs.
Neste momento, por motivos diferentes, tal como sucede com os funcionários públicos, por cada dois que morrem só entra um padre. Falta de vocações, quebra nos baptismos, menos casamentos religiosos, fuga de alguns padres na flor da idade e do cio, são os dados catastróficos com que os bispos portugueses vão prestar contas ao Papa.
Os ventos não vão de feição para a ICAR. É altura de arranjarem um Deus mais humano e menos troglodita.
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.