Loading

Dia: 27 de Outubro, 2007

27 de Outubro, 2007 Carlos Esperança

Vaticano defende liberdade religiosa

O Cardeal Tarcisio Bertone, Secretário de Estado do Vaticano, defendeu que o direito à liberdade de religião e de consciência é uma «condição indispensável para a tutela dos direitos humanos em qualquer latitude do planeta».

Todos os fundamentalistas defendem a liberdade religiosa quando estão em minoria e o tratamento diferenciado quando se julgam em maioria.

Não passa pelas pias cabeças mitradas que a liberdade não precisa de adjectivo: existe ou não. Quando falam em liberdade religiosa os padres esquecem que o direito de não ser, ou ser contra, é tão respeitável como o direito de ser devoto.

Reside nesta evidência o princípio do laicismo que tanto condena o Estado ateu como verbera o Estado confessional. Não há liberdade se o Estado não for neutral em questões religiosas. O Estado pode ser social-democrata, liberal, conservador ou socialista, mas não pode ser cristão, islâmico, ateu ou budista. Cabe-lhe a ideologia política e, se for democrata – como deve -, fomentar a alternância. As religiões, pela índole totalitária, jamais a permitiriam.

Os países democráticos – os únicos respeitáveis – são sucessivamente governados por partidos de direita ou de esquerda, mais liberais umas vezes, progressistas, outras, com mais consciência social ou menos regras ao funcionamento do mercado, sem abdicarem de se legitimar por sufrágio universal, secreto, em escrutínios regulares.

Tal não acontece com as religiões. Nenhuma aceitaria o rotativismo que permitisse aos povos a competição religiosa e a alternância. Os partidos respeitam a vontade dos eleitores, as religiões submetem-se ao poder do clero e ao fanatismo dos crentes.

Eis a razão por que se muda pacificamente de política e nunca se troca de religião sem banhos de sangue e manifestações de barbárie. Os homens tendem para o entendimento mas as religiões apenas conhecem a intolerância e a exclusão.

* Desenho de Brito, prestigiado cartoonista, em França, publicado com a sua amável autorização.

27 de Outubro, 2007 Hacked By ./Localc0de-07

Jihad Católica Romana

Ratzinger quer “um empenho mais do que urgente nesta nossa época pós-moderna, na qual se sente a necessidade de uma nova evangelização, que precisa de mestres na fé e de arautos e testemunhas do Evangelho adequadamente preparados.” e que “toda a cultura do homem contemporâneo seja permeada pelo Evangelho.”

Em Portugal decorre como sempre a temática habitual, as relações entre a Igreja e Estado nos meandros católicos, a fusão não é perfeita pois existem áreas “onde há mal estar” segundo o Secretário da Conferência Episcopal Portuguesa, para além de relembrar que a Igreja Católica Romana não se rege por leis democráticas, pois existe uma “tendência de julgar as realidades da presença da Igreja Católica na sociedade a partir da Lei da Liberdade Religiosa.”.

Em contexto social podemos encontrar as convicções e acções decorrentes destas guerras santas, destes autoritarismos vesgos e ataques à Liberdade, por exemplo pelas palavras de uma missionária da Fraternidade Verbum Dei, Arantza Uriarte defende que “(…) a Europa precisa de uma reevangelização (…)” e que “(…) o mundo está assente na tecnologia e na ciência, mas eu tenho a certeza que isto vai mudar.”. Nas palavras da missionária encontram-se a razão destes pensamentos, a sua educação na Fraternidade Verbum Dei baseava-se em “assimilar e viver a Palavra de Deus para depois transmitir.”, ou seja, irracionalidade plena, assimilação e vivência com o que foi assimilado, acrescentado o factor de propagação e o de uma vontade demencial de interferência contínua na vida de pessoas livres.

Links úteis:
Agência Ecclesia: A Europa necessita de uma reevangelização
Agência Ecclesia: Regulamentação da Concordata tem de avançar
Agência Ecclesia: Bento XVI: cultura deve ser permeada pelo Evangelho

Também publicado em LiVerdades