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Dia: 5 de Outubro, 2007

5 de Outubro, 2007 Carlos Esperança

Bento 16 afronta a liberdade.

Bento 16 é a melhor imitação possível dos mullahs islâmicos. O PAPA DIZ QUE SOMENTE A LEI DE DEUS PODE REGER OS HOMENS do mesmo modo que qualquer teocrata islâmico impõe o Corão. O direito civil e penal tem de encontrar justificação no Novo testamento. Pode pensar-se que é a ideia de um louco mas o mundo tem sido governado por muitos.

O fascismo islâmico usa o árabe como língua sagrada, B16 quer o latim. Os estudantes de teologia islâmica embirram com estátuas de Buda, os católicos com o preservativo. No Irão chicoteiam-se as mulheres e no catolicismo desprezam-se. Nos centros de formação terrorista criam-se mártires a quem se prometem virgens e outras iguarias. No Vaticano canonizam-se os mártires que iam à missa para provocar os simpatizantes dos mártires que não iam.

Há na demência religiosa um ódio violento à liberdade individual e à livre determinação pessoal. O clero gosta da clausura, dos cilícios, das orações e da renúncia ao prazer. O papa é hoje o maior intriguista europeu e o Vaticano o antro onde se urdem conjuras contra a liberdade e a democracia.

Se uma pessoa de bem se vestisse como o Papa B16 seria objecto de troça e detonador do riso. No caso do ditador do bairro de 44 hectares as vestes talares são objecto de culto.

Poucos se dão conta da mudança radical entre JP2, um pobre diabo que cria em Deus e nos milagres, e o actual Papa que pretende subverter as democracias, proibir o divórcio, impedir a educação sexual, disseminar a homofobia, opor-se ao planeamento familiar e convocar os líderes políticos para a hóstia, o terço e novas cruzadas.

É preciso estar atento aos ventos que sopram do antro do Vaticano.

5 de Outubro, 2007 Helder Sanches

Sóbria loucura?

Em todos os bairros existem cidadãos emblemáticos pelas melhores e pelas piores razões. Por aqui, na Penha de França, em Lisboa, existe uma senhora, provavelmente sexagenária, que leva o dia inteiro de um lado para o outro a resmungar e a gritar sozinha em protesto contra as injustiças da vida.

A senhora está neste momento sentada no jardim em frente a minha casa numa gritaria desenfreada, criticando e lamentando todos os que gastam demasiado dinheiro e depois se queixam que o ordenado não lhes chega a meio do mês. Pelo meio vai fazendo referências aparentemente despropositadas a outros assuntos, cantando umas músicas de algum folclore do país real irreconhecíveis por estes ouvidos metropolitanos e levantando as mãos aos céus provavelmente à espera de alguma resposta ou sinal.

Num dos seus apartes, perguntou: “E, agora, a Nossa Senhora… Construiram lá em Fátima mais uma igreja que custou milhões de contos… Para quê? Será que a Nossa Senhora precisa da igreja para alguma coisa? Aquele dinheirinho não fazia mais jeito aos pobres que não têm dinheiro para comer?”.

Sempre achei que a definição de loucura era das mais difíceis de elaborar!

(Publicação simultânea: Diário Ateísta / Penso, logo, sou ateu)

5 de Outubro, 2007 Carlos Esperança

Três tristes freiras

Itália – Uma briga entre três freiras do Convento Santa Clara, na Cidade de Bari, foi parar no Vaticano que deve dar uma solução para o impasse. As relações entre as irmãs Clarissa, que fazem parte da uma das ordens mais rigorosas da Igreja Católica, dedicando-se a uma vida de oração, penitência e contemplação, se deterioraram a tal ponto que a madre superiora, irmã Liliana, foi parar no hospital com arranhões no rosto e escoriações pelo corpo. Em carta ao papa Bento XVI, ela avisou que só a vontade de Deus seria capaz de tirá-la do local onde passou os últimos 44 anos de sua vida. Mesmo assim, o convento pode ser fechado.

Em Itália está em vias de mudar de ramo um convento em que as três últimas freiras, fartas de jejuns, orações e penitência, se envolveram à pancada. A gravidade do assunto aguarda a intervenção do gerente Bento XVI, director-geral da multinacional da fé a que as religiosas estão avençadas.

Não sei como é possível conservar cárceres privados em países civilizados, deixar conventos entregues aos carcereiros sem que assistentes sociais, psiquiatras e magistrados vigiem as condições de higiene, as liberdades individuais e as agressões psíquicas e físicas feitas em ambientes repressivos, sem respeito pela pessoa humana.

Pio IX, adversário da modernidade, dizia que a Igreja católica era incompatível com a liberdade e a democracia – sábias palavras de quem conhecia a ICAR. Foi ele o papa que excomungou o socialismo e o liberalismo e inventou os dogmas da Imaculada e o da sua própria infalibilidade. Era um reaccionário em estado bruto, um troglodita cujo Syllabus da encíclica Quanta Cura é um monumento de intolerância, fanatismo e torpeza intelectual.

Mas Pio IX, apesar da santidade que o supersticioso polaco JP2 lhe reconheceu, perdeu o poder temporal, e é hoje um atentado contra os direitos humanos deixar os conventos nas mãos de seitas de conduta duvidosa, passado arrepiante e mentalidade obsoleta.

É altura de libertar dos conventos as freiras e frades enclausurados contra a sua vontade ou vítimas de doenças mentais. A civilização é incompatível com os velhos redutos do poder temporal dos papas católicos.