Correndo o risco de ser catalogado irremediavelmente no D.A. como um «Dawkinsiano», deixo aqui um excerto de uma carta do Prof. Dawkins ao Rev. Dr. Heywood, professor de teologia pastoral (e que raio será isso?) da Rippon College sobre o ensino de teologia em Universidades.
«Nós, os que duvidamos que teologia seja sequer uma matéria, estamos à espera de sermos corrigidos. Departamentos Universitários de Teologia podem incluir excelentes professores em história, linguagem, literatura, arte e música sacra, arqueologia, psicologia, antropologia, sociologia, iconologia, e outras matérias importantes. Estes professores serão bem vindos nos apropriados departamentos dentro da Universidade. A teologia pode ser definida como um «corpo de conhecimento que lida com a natureza, atributos e regras de Deus», mas precisa definitivamente de ser demonstrada se é uma disciplina com conteúdos validados para ser ensinada nas Universidades de hoje».
Podemos ver o caso Português: Universidade Católica Portuguesa e a sua Faculdade de Teologia querem «promover, mediante a investigação científica e a docência superior, o estudo da experiência, história e doutrina associadas à fé cristã e a outras tradições religiosas, assim como prestar apoio à Igreja Católica no desempenho da sua missão». Na Faculdade de Teologia da Universidade Católica do Porto homenageia-se um D. António Couto «vertido numa extensa bibliografia que faz dele um caso sério de estudo da Bíblia em Portugal. Herdeiro da mais genuína tradição alegórica, faz uma actualização da palavra bíblica na direcção da cultura de hoje, da vida da Igreja, das inquietações da alma crente». E a Universidade Lusófona, com a licenciatura em «Ciências da Religião, onde se quer no quadro epistemológico das ciências actuais, fazer uma Ciência omnidimensional de Deus ou do religioso ou do sagrado no universo humano».
Lá que queiram estudar experiencias subjectivas, a história, a doutrina e as alegorias da bíblia e as omnidimensionalidades de deus, tudo bem. Pode ser que até que seja «um caso sério». Mais, são Universidades privadas, vai para lá quem quer. Mas «investigação científica»? Não vamos voltar outra vez ao mesmo debate, não?
Ao menos é bom saber que desde 1911 aquando da extinção da Faculdade de Teologia na Universidade de Coimbra, que as nossas Universidades Públicas têm se mantido seculares (apesar do lamento dos católicos). Que assim continue a ser!
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Aparentemente o obscurantismo católico associado à sexualidade sofreu pesada derrota de acordo com dados avançados pelo governo. Vence finalmente a Educação e perde o obscurantismo, a desinformação e o sectarismo sexual, e a fábula da castidade afunda-se rapidamente.
Em 30 de Janeiro de 2007, Policarpo, representante de alguma coisa pouco concreta visto não ter sido eleito democraticamente, quiçá representante dos negócios estrangeiros do Estado vaticanista, teceu algumas elações, opiniões se democraticamente se falasse, linguagem desconhecida no Estado totalitário das sotainas, sobre a (des)Educação Sexual.
Defendia que “em termos religiosos como culturais a castidade surge como uma vivência generosa e responsável da própria sexualidade”, o que falha em vários pontos, refere-se a todas as religiões quando fala exclusivamente de catolicismo, e realmente a castidade pode ser interessante para os católicos, mas não vivemos no Vaticano, ponto que terá escapado à análise da sotaina.
Acrescenta que “o exercício individualista da liberdade origina uma sociedade permissiva. O Estado gasta uma parte significativa das suas capacidades e energias a corrigir abusos de liberdade”. Esta declaração é simplesmente ridícula, se uma pessoa se masturbar em casa terá de ser presa para que seja corrigido esse “abuso de liberdade”, ou a policia teria de andar a espreitar nas janelas das pessoas a averiguar se estariam a fazer sexo anal, sexo oral, a utilizarem chicotes e algemas, se as posições sexuais são as permitidas pelo Vaticano, se alguém geme em sinal de prazer esquecendo-se que o sexo é exclusivamente procriativo?
Diz também que se “trata de uma liberdade individual sem responsabilidade que se encontra nos acidentes de viação, nas agressões contra o ambiente, no abandono e abuso de crianças, no aborto”. É na responsabilidade que reside a Educação Sexual, na prevenção de doenças por exemplo, o que é irresponsável na óptica vaticanista, o não uso do preservativo é o acto responsável defendido pelo catolicismo, aparentemente porque os vírus, fungos e outros patogénicos também são filhos de deus, por alguma coisa Noé os salvou do grande dilúvio. A nível dos acidentes de viação até existe bastante lógica, sexo e conduzir ao mesmo tempo nem sempre combina, a não ser em auto-estrada à noite sem tráfego, mas isso já são outras histórias. Agredir o ambiente dependerá de vários factores, considerando uma relação heterossexual na companhia harmoniosa da Natureza, se a mulher tomar a pílula pouco mal vem ao ambiente, caso se use preservativo será moralmente correcto guardá-lo para posteriormente o deitar fora em local adequado. Não esquecendo que é mesmo para deitar fora, não deve ser utilizado novamente depois de lavado e passado por pó-de-talco (histórias reais dos quotidianos das pessoas que experimentaram o fascismo católico português). Quanto ao abuso de crianças… os encapuzados sabem muito mais sobre o tema que eu. Relativamente ao aborto parece que nada mais existe a argumentar, até porque nem vale a pena, o bolor religioso que se apropria do cérebro impossibilita qualquer tipo de clarividência, a argumentação católica sobre o assunto arruína-se logo nas bases, formação da alma aquando da fecundação, seja portanto duas meias almas caso se formem gémeos, um terço de alma em trigémeos, contas feitas e o catolicismo chumba com 0 no exame.
Interessante as alusões do clérigo a uma das muitas temáticas que desconhece completamente, seguindo fielmente o catecismo morre-se estúpido, para além de infligir graves problemas psicológicos associados à repressão de algo que não pode ser reprimido, as leis da Natureza são muito mais poderosas que as leis impostas por qualquer Homem. Parece que a sexualidade se poderá finalmente emancipar pela forma com que qualquer temática se emancipa, pela sua compreensão e respectiva liberdade pessoal de exercer os conhecimentos para uma vida mais feliz e digna.
Notícia: Já há educação sexual nas escolas
Notícia: D. José Policarpo: educação sexual é necessária mas deve apontar para a castidade
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