Loading

Dia: 27 de Agosto, 2007

27 de Agosto, 2007 Carlos Esperança

Liberdade de expressão

Copenhague, 27 ago (EFE).- O jornal sueco “Nerikes Allehanda” negou-se a pedir desculpas por uma caricatura de Maomé publicada recentemente, apesar dos protestos do Ministério de Assuntos Exteriores do Irão à Embaixada da Suécia em Teerão por considerar o desenho uma “blasfémia”.

Comentários:

1 – É preciso ser firme na defesa da liberdade;

2 – É tempo de exigir às teocracias islâmicas o dever de reciprocidade para com as religiões que se praticam nos países laicos, para com o ateísmo e quaisquer outras formas de pensamento.

27 de Agosto, 2007 Carlos Esperança

A irracionalidade da fé

Imagine, caro leitor, que tem uma filha ou irmã encurralada num edifício em chamas e que a polícia religiosa impede os bombeiros e os paramédicos de socorrê-la porque ela não traz o tradicional véu imposto pela lei islâmica? Pois foi o que aconteceu em Meca, há poucos anos, tendo morrido carbonizadas 14 jovens.(V/ O Fim da Fé, de Sam Harris, pág.49).

Se for ateu não perdoará a quem deixou carbonizar um ente querido por um preconceito. Se for crente dirá que foi feita a vontade de Deus.

Se esquecer este crime monstruoso sentir-se-á impelido a dizer que as crenças devem ser respeitadas mas, no caso referido, não terá dúvidas de que a estupidez deve ser desmascarada e a crueldade erradicada.

As crenças, na sua irracionalidade, e os crentes, pela sua boçalidade beata, transformam a sociedade num bando de infelizes ao serviço de um Deus que qualquer código penal de um país civilizado condenaria à enxovia.

Não tente, leitor, convencer um crente de que a religião é um embuste e o respectivo Deus, se existisse, uma alimária a merecer uma albarda, a cilha bem apertada e rédea curta.

A presunção de que Deus tem acessos de loucura quando um homem vê o rosto de uma jovem e que cabe aos crentes defender a sua demência, pode dar, como no caso descrito, origem a formas de crueldade incompatíveis com os direitos humanos que as religiões desprezam.

Cremar vivas as jovens referidas é um crime que só Deus pode, com a ajuda de um bando de delinquentes da fé.

27 de Agosto, 2007 Ricardo Alves

Proibir o Corão?

O holandês Geert Wilders diz que quer proibir o Corão. O que ele quer é atenção, mas a ideia é péssima. Não se deve proibir o Corão: deve-se criticá-lo, refutá-lo e ridicularizá-lo. Não se proíbe ninguém de ser muçulmano (ou católico, ou cientologista), numa sociedade em que se pode explicar-lhe que «Deus» é uma fantasia intelectual, que os sacerdotes enganam as pessoas e que a religião organizada é uma aldrabice massificada.

O populista holandês diz ainda que o Corão «é fascista e semelhante ao Mein Kampf». É verdade. E outro tanto pode ser dito sobre a Bíblia. Mas o Corão não se proíbe, como também não se proíbe a Bíblia ou o Mein Kampf. As apologias da violência, da discriminação, da instauração de regimes opressivos, como as defesas da escravatura e da opressão das mulheres que estes livros contém, são genuínas e inspiraram alguns dos piores regimes que a humanidade conheceu. Mas privar-nos de as ler seria tirar-nos as armas com que nos poderemos defender. E perder a liberdade de expressão que tanto gozo nos dá exercer.
[Esquerda Republicana/Diário Ateísta]