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Dia: 6 de Agosto, 2007

6 de Agosto, 2007 Carlos Esperança

Ressurreição proibida

A China proíbe a ressurreição do Dalai Lama. Esperemos que não torne obrigatória a de biliões de chineses que se finaram.

Os países totalitários são os mais divertidos para quem vive em estados democráticos. Para os autóctones, como sabem os homens e mulheres da minha idade, é que as coisas se complicam e é grande o sofrimento. Portugal sofreu uma ditadura nacional-católica.

Proibir a ressurreição do Dalai Lama é como proibir os milagres obrados pelos santos criados por JP2 ou B16, o aparecimento da Virgem Maria nos locais destinados ao turismo religioso ou a aterragem do arcanjo Gabriel nos anjódromos da cristandade.

A ICAR proíbe o divórcio, o sexo fora do matrimónio, a apostasia, as uniões de facto, a homossexualidade e os preservativos, mas não se atreve a proibir a ressurreição de Jesus e, até, vive desse expediente. Quanto às proibições ninguém lhe liga nem lhe empresta lenha para novas fogueiras.

A legislação portuguesa proíbe a alteração da água em vinho e qualquer falsificação de alimentos, mas deixa viver o clero à custa de truques antigos e de embustes recentes.

Na China a ressurreição é levada mais a sério. Se nem o presidente Mao nem os mais ilustres mandarins têm a ressurreição autorizada, por que motivo havia de ser autorizada a do Dalai Lama?

Mas proibi-la???

6 de Agosto, 2007 jvasco

Ateísmo na Blogosfera

  1. «No caso dos hindus, existe um sistema de castas e aqueles que pertencem à casta inferior (os dalits, […]) não podem tocar nos membros de outras castas, nem na água, instrumentos ou lugares que acedem (nem sequer os templos). É como se tivessem uma doença grave altamente contagiosa (é isso que parece significar ser impuro). Chega ao ponto de as sombras serem consideradas um meio de transmitir impurezas.
    Um senhorio disse sobre os seus servos dalits (que limpam os excrementos humanos e animais no chão): «Como posso deixá-los entrar na minha casa? Falamos com eles e damos-lhes o que precisam lá fora» … «Há uma enorme diferença entre mim e eles que remonta há muitos anos atrás. Eles são pequenos e sujos. Pertencemos à casta elevada e eles à mais baixa. Como podemos socializar com eles? Trabalham, damos-lhe o nosso dinheiro e desaparecem. Não falamos muito com eles.» Usou como ilustração os dedos (como as parábolas), que não são todos iguais, e justifica o tratamento e desprezo pelos dalits com a tradição: “sempre foi assim”
    »(«Intocáveis em nome da tradição», no Crer Para Ver)
  2. «Mas concordo com a preocupação do Carlos Pinto. É infundada neste caso, porque uma manifestação por ano não vai ter grande efeito na criança. Mas preocupava-me se fosse todos os domingos. Se os pais convencessem os filhos que há um grande Gay no céu a vigiá-los constantemente. Se, do púlpito, um representante do omnipotente Gay ameaçasse com sofrimento eterno meninos e meninas que sequer sentissem atraídos pelo sexo oposto. Se todos os dias rezassem a este Gay, se todos à sua volta falassem Dele como se existisse. Aí concordava com o Carlos que isto era mau para as crianças. Não por fazer fosse o que fosse à sua orientação sexual, mas pelo sofrimento desnecessário que estes disparates lhes iriam causar por toda a vida.»Muito grave…», no Que Treta!)
  3. «Sir David Attenborough não defende a violência. Não é racista, não discrimina as mulheres. E quando se mete na vida dos outros é só para nos mostrar como é, não para lhes dizer como deve ser. Apesar destes defeitos o canal evangélico Holandês Evangelische Omroep (EO) transmitiu a série «The Life of Mammals». Mas Attenborough tinha ido longe demais. Nesta série, o conhecido naturalista mostra a natureza como ela é. Não pode. A EO teve que intervir.»(«David Attenborough Censurado», no Que Treta!)