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Dia: 20 de Julho, 2007

20 de Julho, 2007 Hacked By ./Localc0de-07

Indulgências versão século XXI (2)

Relativamente à minha opinião sobre o paralelismo entre indulgências da Idade Média e a nova forma de pagar pelos crimes de uma forma ainda mais hipócrita, exposta no artigo Indulgências versão século XXI, verifiquei uma visão semelhante do apresentador Jon Stewart no seu programa cómico Daily Show.

20 de Julho, 2007 Carlos Esperança

As religiões e a sociedade

As religiões, quando têm força, dominam a sociedade e sujeitam tudo e todos à cegueira do seu Deus. Os clérigos acendem fogueiras, instigam suicídios, apelam à guerra santa e fanatizam os crentes que ajudam a ensandecer desde tenra idade.

Se a civilização avança, a sociedade se democratiza e os Estados se tornam laicos, as religiões preferem que as combatam a que as desprezem. O clero das três religiões do livro só conhece a violência e, por isso, apenas se revê no papel de algoz ou de vítima.

O Diário Ateísta, no seu indeclinável dever de denunciar o obscurantismo e ridicularizar a fraude dos milagres, aparições e outras pias trapaças, acaba por beneficiar as religiões, em especial a católica, porque lhe cria a aura de mártir e perseguida. Ora, aqui não se persegue ninguém, apenas se defende o direito à liberdade para todas as correntes de pensamento, inclusive para as próprias crenças.

Claro que não deixamos de denunciar os crimes das diversas religiões contra a liberdade e a livre determinação individual, o seu horror à sexualidade, a sua hipocrisia moral e o apego a bens materiais. Mas isso serve à Igreja para se dizer perseguida enquanto mama na teta do erário público e se apropria de largas fatias da saúde, educação e assistência.

As Misericórdias são mealheiros por onde circulam dinheiros públicos com uma contabilidade em que o fiscal é o bispo da diocese. São “instituições ligadas à Igreja mas que funcionam como empresas e com contabilidade privada” – como denuncia o sociólogo das religiões Moisés do Espírito Santo.

Para a Igreja os lucros são para Deus e os prejuízos para os contribuintes. É através da consciência cívica e da pressão sobre o Estado que podemos minar a influência nefasta da religião e o ascendente eclesiástico sobre a sociedade.