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Dia: 18 de Maio, 2007

18 de Maio, 2007 jvasco

Ateísmo na Blogosfera

  1. «Não existe fundamentalismo ateu. Não existe nem se exige um fundamento para o ateísmo. Não há premissa que tenha que ser aceite incondicionalmente para fundamentar o ateísmo. O ateísmo é a posição de omissão, e até os crentes são ateus em relação à maioria dos deuses. Fazem excepção dos seus deuses favoritos, mas consideram o resto mera crendice ou superstição. Poucos católicos respeitam a crença num escaravelho gigante que rebola o Sol pelo céu ou num titã que segura a abóbada celeste. Nem vão dizer que estas crenças são uma Via para a Verdade. Vão dizer que são disparates. E com isso qualquer ateu concorda. O ateísmo não parte de um fundamento axiomático. É olhar para o céu, não ver escaravelho nenhum, e dizer «olha, mais um que é treta».

    Fanático é aquele que julga que só as suas crenças injustificadas são verdadeiras, ao contrário das crenças injustificadas dos outros. O ateísmo explícito incomoda o fanático porque põe todas as crenças injustificadas ao mesmo nível. Seja o escaravelho gigante seja a sarça ardente. Do Super-Homem ao espírito santo é tudo o mesmo à partida, e só evidências objectivas podem determinar se algum é real. E com a descoberta da kryptonite fica o Super-Homem em vantagem.»(«Achincalho, e achincalharei.», no Que Treta!)

  2. «No entanto, de acordo com Zias da Universidade de Jerusalém «O cemitério de Qumran é constituido pelo grupo menos saudável que já estudei em 30 anos». Menos de 6% dos homens (e esta era uma comunidade masculina, claro) chegavam aos 40 anos, enquanto os cemitérios de Jericó, a uns meros 12 km, indicam que na mesma altura quase metade dos homens viviam mais de 40 anos!

    Mas a religiosidade dos essénios, que seguiam estritamente os ditames da Torah, não só em relação a latrinas como em relação às purificações rituais que se seguiam à sua utilização, fazia com que proliferassem – em vez de morrerem ao sol – todos os parasitas intestinais cujos ovos foram abundantemente encontrados nos locais escavados. Parasitas que os rituais de «purificação» que envolviam imersão total (olhos, boca, etc.) em piscinas de água parada – um excelente caldo para ténias, lombrigas e restantes parasitas – garantiam infectar toda a comunidade!

    Como nota Zias, os essénios «mostram o que acontece quando se leva as coisas bíblicas demasiado fundamentalista ou literalmente, como fazem em muitas partes do mundo, e quais são as consequências últimas [desse fundamentalismo]».» («Manuscritos do Mar Morto», no De Rerum Natura)

  3. «Constantino incorporou ainda no cristianismo vários elementos do seu culto pessoal ao Deus-Sol Mitra. Nomeadamente, promoveu a alteração do dia de culto do sabbatt judaico, para Domingo, dia do Sol, o dies Domenicus ou dia do Senhor, através do édito de 3 de Julho de 321, Sicut indignissimum, que entre outras coisas rezava: «Que todos os juízes, e todos os habitantes da cidade, e todos os mercadores e artífices descansem no venerável dia do Sol». De referir ainda a liturgia mitraica, nomeadamente a cerimónia da missa ou antes a Myazda mitraica, uma partilha de carne e vinho sacrificiais conduzida pelo sacerdote mitraica, o Pater ou Papa. Tertuliano afirmava que esta religião utilizava indevidamente o baptismo e a consagração do pão e do vinho, mas de facto os ritos mitraicos são muito anteriores ao cristianismo.»(«Goa e aculturação», no De Rerum Natura)
18 de Maio, 2007 Carlos Esperança

Bíblia imprópria para menores em Hong Kong (2)

Discordo de que a Bíblia seja imprópria para menores, sobretudo se ainda não souberem ler. E, contrariamente a todas as religiões, sou pela liberdade de expressão e pelo direito à divulgação de todos os livros.

No entanto, ressalvando a liberdade de expressão, penso que a Bíblia é imprópria para adultos como, aliás, a Tora e esse plágio bíblico rude e torpe – o Corão.

Que os livros sagrados são perigosos provam-no as guerras que fomentam, o ódio que espalham, o racismo que cultivam e a xenofobia que promovem.

Que a Bíblia é imprópria para adultos, basta ver o carácter misógino e o anti-semitismo do Novo Testamento.
A Bíblia é imprópria para pessoas de sã e recta moral mas não deve ser banida sob pena de começarmos hoje a censurar a Bíblia e acabarmos amanhã a queimar o inofensiva conto da Branca de Neve e os 7 anões.

18 de Maio, 2007 Carlos Esperança

A missa em latim

Cansado da indiferença de Deus, o Papa regressa ao latim. É a tentativa desesperada de quem nota o desprezo divino e o desinteresse dos crentes. B16 pensa na possibilidade de se fazer entender por Deus e na vantagem de que os fiéis o não compreendam.

Partindo da premissa de que o analfabetismo favorecia a fé, o Papa terá concluído que a língua morta é ideal para estupefazer os crédulos e evitar perguntas sobre as mentiras da sua Igreja.

Quanto menos se conhecerem as mentiras da Igreja mais se acredita no martírio de Deus e na virtude dos padres. O Vaticano não esconde o pretendido regresso ao Concílio de Trento e Vaticano I. O Concílio Vaticano II foi o Diabo que apareceu à ICAR. É com o mistério e os segredos revelados por virgens que poisam nas azinheiras ou mergulham em grutas que se mantém florescente o negócio.

Cristo, morto há dois mil anos, não sabia latim mas fizeram desaparecer o cadáver para criar o mistério e ampliar a pantomina. O latim veio depois e foi imposto como língua sagrada mas, sem latim e sem Inquisição, não houve fé que resistisse ao Iluminismo e ao livre-pensamento.

Mais tarde impor-se-ia uma cópia grosseira do cristianismo – o Islão – adoptando o árabe como língua sagrada e usando decapitações, vergastadas e lapidações, como suplementos evangelizadores. Os resultados estão à vista – crentes cada vez mais rudes, violentos e convictos.

B16 segue-lhes o exemplo. Por ora regressa ao latim, as fogueiras virão depois. Um bom inquisidor faz mais pela fé do que as orações, os sacramentos e as homilias.