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Dia: 8 de Maio, 2007

8 de Maio, 2007 Carlos Esperança

O Diário Ateísta e os crentes

Não ponho em dúvida a honestidade e tolerância de numerosos crentes que nos visitam e de muitos que desconhecem o Diário Ateísta. Negar o espírito humanista de muitos, a bondade intrínseca de numerosos judeus, muçulmanos e cristãos, não é apenas agir de má fé, é ser injusto para quem se esforça por um mundo mais justo, tolerante e fraterno.

Eu não seria capaz de humilhar um crente, de o desconsiderar na inteligência, cultura e sensibilidade. O mundo é dos que acreditam e dos que duvidam, mas são sobretudo as qualidades morais que definem as pessoas. Por isso nunca deixei uma crítica ou uma ironia na teosfera. Por isso é no DA que glorifico a blasfémia, o sacrilégio e a apostasia.

Dito isto, penso que só algum tolo pensaria vir encontrar no Diário Ateísta um hino à virgindade de Maria ou lágrimas de piedade pelo martírio do seu Deus. O DA não é um órgão paroquial que exulta com os baptizados e se entusiasma com o número de rodelas consagradas que os crentes consomem.

O DA não tem respeito pelas mentiras dos livros sagrados, repositórios de ódio, racismo e xenofobia, mas os autores do DA não seriam capazes de escrever ofensas num blog de crentes, não magoariam homens e mulheres que foram criados na mentira e crêem nela.

Quem aqui vem já sabe que combatemos a lepra da fé, venha ela da demência que se encontra nos caminhos de Meca, das cabeçadas no Muro das Lamentações ou escoltada de sotainas em direcção a um santuário.

Respeitamos os homens e mulheres que a creditam num ente superior, mas não temos que prezar os mitos que estão na origem das guerras, do ódio e do terrorismo.

Paz aos homens e mulheres, crentes e ateus. Guerra a Deus, porque é um mito perigoso.

8 de Maio, 2007 Hacked By ./Localc0de-07

As faces da mesma moeda



“5 Mark- Anniversary of Nazi Rule, Potsdam Garrison Church. March 21, 1933-Br.Unc.-Scarce.”

8 de Maio, 2007 Carlos Esperança

Vitória sobre o nazismo

Faz hoje 62 anos. A vitória dos Aliados sobre o nazismo foi o primeiro e decisivo golpe sobre um totalitarismo que sacrificou milhões de vidas e destruiu numerosos países. A Segunda Grande Guerra começou, de certo modo, em 1936, em Espanha, onde as tropas de Hitler, a Igreja católica (com honrosas excepções) e as tropas do Norte de África, comandadas por um general rude, inculto e devoto, derrubaram o Governo legal para instaurarem uma das mais sanguinárias ditaduras do mundo.

A guerra só terminou em 1945, com a rendição da Alemanha, faz hoje 62 anos.

Pio XII teve, no apoio a Hitler e Mussolini, à semelhança do Opus Dei em relação a Franco, um papel que não envergonha a Igreja católica cujo passado de violência soube honrar, mas que envergonha a humanidade e os homens livres, que fez tábua rasa do iluminismo e da Revolução Francesa.

Depois, muito tempo depois, havia de cair o Muro de Berlim e desmoronar-se o império soviético onde o estalinismo deixou um rasto de sangue a manchar o que podia ter sido uma bela utopia.

Hoje, a disputa da intolerância, a apoteose da crueldade e a demência do proselitismo pertencem às religiões monoteístas, aos exércitos de clérigos e milhares de beatos que querem conduzir as almas ao Paraíso enquanto dilaceram os corpos à bomba, lapidados ou por decapitação.

Enquanto põem os crentes de joelhos e de rastos, os dignitários das religiões intrigam, infiltram-se nos aparelhos de Estado, chantageiam e perseguem para transformar as democracias em charcos de água benta com as leis a cheirarem a incenso.

8 de Maio, 2007 Ricardo Alves

Arcebispo de Pamplona diz que a extrema direita é «digna de consideração e apoio»

Num documento datado de 17 de Março, o arcebispo de Pamplona (Espanha) da ICAR, Fernando Sebastián Aguilar, tece considerações sobre a extrema direita:
  • «Hoje em Espanha há alguns partidos políticos que querem ser fiéis à doutrina social da Igreja na sua totalidade, como por exemplo a Comunhão Tradicionalista Católica, Alternativa Espanhola, Terço Católico de Acção Política, Falange Espanhola das JONS. Todos estes são partidos pouco tidos em consideração. Têm um valor de testemunho que pode justificar um voto. Não têm muitas probabilidades de influir de maneira efectiva na vida política, ainda que pudessem entrar em alianças importantes se conseguissem o apoio suficiente dos cidadãos católicos. Por isso não podem ser considerados como obrigatórios, mas sim como dignos de consideração e de apoio. Os grandes partidos, os que regem a vida social e política, são todos eles não confessionais, alguns radicalmente laicos e claramente laicistas

A Falange Espanhola das JONS é a herdeira da Falange (fascista) de Primo de Rivera; o Terço Católico de Acção Política quer fechar as clínicas de planeamento familiar e proibir as pessoas de «ostentarem a sua orientação sexual»; a Alternativa Espanhola acha que os conservadores do PP não respeitam a «lei natural» moral (seja lá isso o que for); finalmente, o outro grupúsculo clerical e extremista não o consegui encontrar…

O episcopado espanhol é muito mais conservador do que o português. Ainda quer voltar ao franquismo.