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Dia: 4 de Maio, 2007

4 de Maio, 2007 Carlos Esperança

Quem é terrorista?

O Vaticano define como terrorismo as críticas ao Papa e como defesa de princípios o terrorismo eclesiástico.

O artista Andrea Rivera criticou a Igreja Católica por ter negado enterro religioso a Piergiorgio Welby, o tetraplégico que foi objecto de eutanásia em Dezembro de 2006 e «L’Osservatore Romano», pasquim impregnado de água benta e com cheiro a incenso, ataca o autor da crítica.

É verdade que as cerimónias religiosas e as violas não fazem falta nos enterros, mas a liberdade de expressão, por muito que custe ao bando da sotaina, é um direito adquirido.

A ICAR faz terrorismo ao acirrar ódios em Espanha, fabricando milhares de santos dos mortos que apoiaram Franco contra os republicanos na guerra civil; faz terrorismo ao impedir o aborto de um feto anencéfalo a uma jovem irlandesa de 17 anos; é terrorista quando larga os bispos na via pública com mitras e báculos à frente das manifestações contra Zapatero; é terrorista quando impede o divórcio em Malta e o aborto na Irlanda.

A ICAR só não queima hereges porque lhe tiraram a lenha. Mas ainda se baba de gozo com as chagas dos supersticiosos que viajam de joelhos em Fátima ou com os pobres diabos que se crucificam nas Filipinas.

O último Estado totalitário e teocrático da Europa não tem o direito de chamar aos outros o que é da sua tradição e ambição.

4 de Maio, 2007 Carlos Esperança

Deus é doido (2)

(Clique para aumentar a imagem e a indignação)
Fonte: Público, hoje.
4 de Maio, 2007 Carlos Esperança

Deus é doido

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Os ayatollahs que mandaram cortar as mamas aos manequins das lojas iranianas ficaram perturbados com o beijo de Ahmadinejad na luva da sua professora primária.

Uma provocação erótica que deixa Maomé encolerizado.
4 de Maio, 2007 jvasco

Ateísmo na Blogosfera

  1. «Acreditar em algo com base na fé é acreditar em algo sem ter razões que estabeleçam a sua verdade. Ao caracterizar a fé, S. Tomás de Aquino (1225-1274) contrastou-a com a mera crença sem conhecimento, por um lado, e com o conhecimento, por outro. A fé é semelhante à mera crença sem conhecimento porque em ambos os casos não há razões que estabeleçam a verdade daquilo que acreditamos. Mas a fé é também semelhante ao conhecimento porque envolve uma convicção muito forte da nossa parte.

    Por exemplo, só podemos acreditar que o Futebol Clube do Porto ganhou o jogo com base na fé se não soubermos que isso aconteceu. Se soubermos que ganhou é porque temos provas disso e, portanto, não podemos ter fé.(«O que é a fé?», no De Rerum Natura)

  2. «As relíquias sangrentas mais comuns têm origem na Idade Média, época em que imperava o lucrativo negócio de venda de relíquias, em que abundavam prepúcios, cordões umbilicais, bocados da cruz, pregos da dita e demais recuerdos cristológicos para além de um gigantesco mercado de souvenirs anatómicos de santos, mártires e afins.

    Por exemplo, a igreja do castelo de Wittenberg, onde Lutero – que denunciou o comércio de relíquias no Traité Des Reliques – pregou as suas 95 teses tinha… 19013 relíquias (!). Do espólio de Wittenberg constavam vários frascos com leite da Virgem, palha da manjedoura onde a lenda coloca o nascimento de Cristo e mesmo um dos «inocentes» massacrados (sem registo histórico) por Herodes! […]

    Estes «bloody miracles» são fáceis de confirmar como fraudes centenárias bastando para isso que a Igreja de Roma ceda as supostas relíquias para análise, algo que me parece muito pouco provável. De facto, a Igreja considera […] não existirem problemas morais “na continuação de um erro que foi transmitido em boa fé por muitos séculos» («Bloody Miracles», no De Rerum Natura)

  3. «Mas poucos saberão que um dos pais do método científico e por conseguinte um dos precursores da ciência moderna é português, Garcia d’Orta.[…]

    Garcia de Orta permanece na Índia porque os seus receios se tinham entretanto concretizado e a Inquisição tinha sido estabelecida em Portugal […] lestamente deu início à expectável perseguição de cristãos novos e demais hereges, que atingiu duramente a família do cientista português. […]

    Em 28 de Outubro de 1568, uns meses depois da morte do irmão, Catarina d’Orta foi presa pela Inquisição, condenada à morte pela fogueira, sentença executada em 25 de Outubro de 1569. Mas a Inquisição não estava satisfeita. Num auto-de-fé de 4 de Dezembro de 1580, Garcia d’Orta foi condenado post-mortem por judaísmo, os seus restos mortais foram exumados e os seus ossos queimados na fogueira.»(«Garcia d’Orta», no De Rerum Natura)