Loading

Dia: 23 de Abril, 2007

23 de Abril, 2007 Hacked By ./Localc0de-07

Todos somos Ateus

A arrogância religiosa toma contornos ridículos especialmente nas suas objecções perante o Ateísmo. Um primeiro facto que se pode ter em conta é o do Ateísmo de nascença. Todo e qualquer Ser Humano é Ateu, até lhe ser incutido o vírus da fé religiosa, administrado numa idade que não permite ao contagiado a clara racionalização de factos e insinuações, e acção que se torna num consequente aproveitamento das fraquezas intelectuais de uma fase de desenvolvimento em que as mais ridículas defecações se tornam enraizadas no intelecto em construção. Eis então o que provoca a disseminação do vírus, o seu contágio através de violação psicológica aos que se encontram indefesos perante as arrogâncias de verdade infundada e desmentidas pela própria Natureza.

Outro factor de relevância extrema relativa ao assunto em causa, é a atribuição da característica do Ateísmo a todo e qualquer Teísta. Nenhum Ateu é Teísta, mas todos os Teístas são Ateus. Apenas uma arrogância proveniente das mentes fechadas aos factos e contextos extrínsecos ao pensamento do Teísta poderá permitir observar o contrário. Apenas as amarras religiosas podem impedir o correcto pensamento racional que fornece a visão do Ateísmo como presença incontornável em todo o indivíduo. Lubrificando as engrenagens cerebrais deixaremos de ouvir o seu incessante ranger.

Com um mercado tão rico em diversidade de deuses, é certo que não iremos encontrar um Teísta que atribua divindade e existência a todos eles. Também é sabido que é impossível a qualquer Ser Humano conhecer todos os deuses existentes, aqueles que os tempos esqueceram e aqueles que os tempos ainda não trouxeram. Muitos e diversificados deuses correram, correm e correrão nas mentes individuais e nas ideologias de massas.

Não será um Teísta Cristão Ateu relativamente à crença em Thor ou em Zeus? Não será um Teísta Judeu Ateu relativamente à crença em Afrodite ou em Shiva? Não será um Teísta Hindu Ateu relativamente à crença em Anubis ou em Posídon? Acrescentando o facto de nunca ninguém ter provado a existência de qualquer deus, seja ele o deus cristão ou Posídon, podemos extrair a observação realista de que qualquer visão de mitologia perante certos deuses entra na mesma visão de mitologia perante o deus ou deuses que são tidos como existencialmente inabaláveis.

Assim se depreende que o Ateísmo é a característica existente em qualquer mente Humana, embora na maioria das vezes esta presença seja esquecida ou tão-somente atirada para as caves empoeiradas do intelecto Humano.

Também publicado em Ateismos.net e LiVerdades

23 de Abril, 2007 Ricardo Alves

Candidatos à presidência da França: laicidade?

  1. Ségolène Royal: em 1989, achava que os desenhos animados violentos e os «manga» eram um problema mais grave do que o véu islâmico; em 2004, em plena campanha laicista por uma lei contra os símbolos religiosos ostensivos na escola pública, não encontrou nada melhor para fazer do que pronunciar-se contra o «fio dental», que achava um «atentado à dignidade das mulheres» (mesmo assim, votou a favor da lei sobre os símbolos religiosos ostensivos, seguindo a esmagadora maioria do seu partido, o PSF). Esta puritana acha que também se deve «reflectir» sobre espaços separados para rapazes e raparigas nas escolas públicas, nomeadamente nas aulas de educação sexual (e nas piscinas municipais). Manteve-se em silêncio durante a crise dos cartunes. O partido a que pertence, o PSF, é dos partidos de governo mais laicistas da Europa. Sugestão para slogan de campanha: «antes a burca do que o biquini!».
  2. Nicolas Sarkozy: quer rever a centenária lei de separação entre o Estado e os cultos; gostaria, particularmente, que o Estado pudesse financiar a construção de mesquitas. À maneira de Napoleão, que fez uma Concordata com a ICAR para melhor a controlar, Sarkozy acredita que o Estado deve colaborar com os integristas. Nesse espírito, foi o Ministro do Interior responsável pela criação do «Conselho Francês do Culto Muçulmano», onde se integraram várias organizações próximas da Irmandade Muçulmana. Defensor coerente do multiculturalismo de Estado, é a favor da discriminação positiva para os cidadãos de minorias religiosas. Escolheu Christine Boutin, uma «próxima» do Opus Dei anti-IVG, homófoba e fundamentalista para sua conselheira política. Sugestão para slogan de campanha: «o bom islamista é o islamista subsidiado pelo Estado!».

[Esquerda Republicana/Diário Ateísta]

23 de Abril, 2007 Ricardo Alves

Dia Nacional de quê?

Embora os EUA sejam, formal e institucionalmente, um Estado mais laico do que a França, não deixa de ser verdade que os seus políticos encontram-se entre os que mais ostentam a sua religiosidade, demonstrando um proselitismo que em qualquer país europeu a oeste da Polónia seria considerado exótico. O exemplo mais recente: George W. Bush acaba de convocar um «Dia Nacional de Oração». Isso mesmo: o presidente dos EUA pede aos seus concidadãos para agradecerem as liberdades de que gozam ao seu amigo imaginário favorito. Através de pensamentos. Há gente mesmo muito estranha neste planeta.

[Diário Ateísta/Esquerda Republicana]
23 de Abril, 2007 Helder Sanches

Era uma vez o limbo…

Mas já não é! De acordo com centenas de anos de doutrina e dogma católicos, o limbo era o local medonho onde ficavam todas as criancinhas que morressem sem ser baptizadas. E digo era porque o Vaticano decretou o seu fim! E, pronto.

Assim, por decreto, o mundo onde vivemos passou a ser completamente diferente, a realidade foi alterada e as crianças passaram a viver num mundo muito melhor e mais justo.

Eu desconfio que o Al Gore está metido nisto; o limbo não ia desaparecer assim, sem mais nem menos! Ninguém me convence que não se trata já de uma consequência da subida das águas do mar devido ao aquecimento global. Se for, impõe-se a pergunta: o que virá a seguir? O Purgatório?

Este caso demonstra bem a leviandade das decisões religiosas. No Vaticano, a realidade decide-se, não se prova. Mais grave do que isso é que quem decide, fá-lo apenas com a autoridade do poder e nunca com a autoridade da prova ou do conhecimento. Que isto não seja óbvio para todos é um mistério, quiçá, maior que alguns milagres!

Lá se foi o limbo… Puf! Coitado…

(Diário Ateísta / Penso, logo, sou ateu)