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Dia: 1 de Abril, 2007

1 de Abril, 2007 Helder Sanches

Dia de Todas as Religiões

Hoje celebra-se o dia de todas as religiões. Divididas nas diversas doutrinas, todas as religiões têm em comum a farsa, a paranóia e a mentira. Nenhum outro dia do ano seria mais apropriado para celebrar o dia de todas as religiões que o primeiro de Abril, o Dia das Mentiras.

É neste dia que, com brincadeiras mais ou menos inocentes, se tentam enganar familiares, amigos, colegas e vizinhos, num espírito de brincadeira em que o fair-play de todos é condição essencial. É urgente perceber que tudo em que se baseiam as diversas religiões são farsas para as quais a sociedade civil tem tido um fair-play imensurável porque, convenhamos, a religião faz constantemente anti-jogo ao querer impor as suas regras a todos os outros.

Assim, desejo-vos a todos um feliz Dia de Todas as Religiões.

(Nota: Em dia de Benfica-Porto impunha-se esta linguagem futebolística. Pela minha parte, à hora do jogo estarei a ver os Robinsons em 3D, o que será muito mais divertido)

(Diário Ateísta/Penso, logo, sou ateu)

1 de Abril, 2007 Carlos Esperança

O dinheiro não cai do céu

Enorme cartaz que inunda a cidade de Aix-en-Provence. Imagem enviada pelo leitor ECD.

1 de Abril, 2007 Helder Sanches

Pete Stark quebra tabu


Finalmente, um representante no Congresso dos Estados Unidos assume não acreditar em qualquer deus!

Pete Stark, um dos representantes da Califórnia no Congresso, assumiu esta semana publicamente o seu ateísmo. Esperemos que a sua coragem sirva de exemplo a outros que são reféns do sucesso eleitoral e não têm tido a mesma postura. Recordo que assumir uma posição contrária à crença em deus é considerado suicídio politico nos Estados Unidos.

Veremos se Stark se trata de um caso isolado, fruto do seu eleitorado ser dos menos conservadores em todos os Estados Unidos, ou se a coragem é contagiante. De qualquer forma, por muito ténue que seja, é uma ponto de luz ao fundo do túnel.

Para saber mais, ler aqui.

(Diário Ateísta/Penso, logo, sou ateu)

1 de Abril, 2007 Ricardo Alves

A secularização da sociedade portuguesa(2): a generalização do divórcio

A generalização do divórcio

O gráfico seguinte evidencia que o divórcio, que era praticamente inexistente antes do 25 de Abril, se tornou rapidamente comum.

Nos anos anteriores ao 25 de Abril, o divórcio civil estava vedado aos portugueses casados pela ICAR (embora a anulação canónica do casamento existisse, era raríssima). Um dos maiores movimentos cívicos do período revolucionário pedia justamente a legalização do divórcio, pelas leis do Estado, para os casados pela ICAR. Liderado por Salgado Zenha, esse movimento originou um protocolo adicional à Concordata com a Santa Sé, que foi assinado em Fevereiro de 1975.

Se até 1974 havia aproximadamente um divórcio (ou menos ainda) para cada cem casamentos, após 1975 a proporção cresce rapidamente para cinco divórcios por cada cem casamentos (em 1976), e nove por cem (em 1977). De um total de 777 divórcios em 1974, passa-se para 7773 em 1977, o que se deve a situações de separação conjugal de facto que não estavam legalmente resolvidas. O atraso das leis do Estado clerical e autoritário na adaptação à sociedade ficou claro.

Uma nova alteração legal, em 2001, agilizou o divórcio. Novamente, um grande número de situações pendentes fez subir o número de divórcios, de 19044 em 2001, para 27960 em 2002 (em proporção, passou-se de 33 divórcios por cada 100 casamentos, para 50 divórcios por cada 100 casamentos). No ano seguinte, a proporção de divórcios desceu, para seguidamente voltar a subir. Em 2005, houve 47 divórcios por cada 100 casamentos.

Segundo o catecismo católico romano, «o sacramento do Matrimónio gera entre os cônjuges um vínculo perpétuo» (ponto 346); e segundo a própria Bíblia, «o que Deus uniu não o separe o homem». O comportamento dos portugueses mostra que esta doutrina, longe de estar generalizadamente aceite, é rejeitada. Mesmo entre os católicos, e nos anos mais recentes (2002, 2003, 2004 e 2005), tem havido, para cada 100 casamentos católicos celebrados, entre 47 e 52 casamentos católicos dissolvidos por divórcio (o que fica muito próximo da média nacional que se vê no gráfico). Portanto, os católicos, à semelhança dos outros portugueses, não parecem encarar o casamento como indissolúvel ou perpétuo, mas sim como um contrato civil revogável.

[Diário Ateísta/Esquerda Republicana]