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Dia: 13 de Janeiro, 2007

13 de Janeiro, 2007 Carlos Esperança

O Vaticano e os bispos polacos

O Vaticano, na sequência do escândalo da nomeação de um espião para arcebispo primaz da Polónia, Igreja que já deu à CIA vários espiões, e cerca de 10% ao KGB, resolveu investigar o passado dos empregados com direito a mitra e báculo.

Se a ICAR não se metesse na vida dos não católicos nada tínhamos a ver com o santo lixo. Assim, temos obrigação de desmascarar esta manobra de diversão de B16, o regedor do bairro mal frequentado, encravado no coração de Roma – o Vaticano.

Vamos por partes:

1 – Por que motivo os polacos e não os dos outros países?

2 – Os confessores dos bispos não denunciam ao Papa os pecados que interessam?

3 – Os bispos ocultam os pecados ou não se confessam?

4 – Os espiões soviéticos são piores do que os da CIA ou da PIDE, em Portugal?

5 – O Vaticano preocupou-se com a colaboração dos bispos com os regimes fascistas de Portugal e Espanha e com as ditaduras sul-americanas?

6 – Franco assassinou ou fez exilar cerca de 1 milhão de espanhóis, com o beneplácito da ICAR e do ora santo Escrivá, e alguma vez o Vaticano resmungou?

7 – O passado do actual Papa dá-lhe autoridade para pregar moral?

8 – Quem apurou o passado de JP2, também polaco, que via milagres em todo o lado?

9 – Um Estado que não deixou averiguar quem matou João Paulo I que pretende provar?

10 – Que, após a morte, era capaz de entregar o arcebispo Marcinkus à polícia italiana, foragido a quem JP2 nunca concedeu a extradição, numa cumplicidade suspeita?

Eis o motivo por que chamo ao antro do Vaticano um bairro mal frequentado.

13 de Janeiro, 2007 Palmira Silva

A campanha terrorista da Igreja Católica – II

Imagens tiradas do Calhamaço dos Embustes. Clique nas imagens para apreciar a demagogia e o «debate sério» sobre o tema da Igreja de Roma.

Um dos nossos leitores habituais digitalizou e reproduziu no seu blog todo o folheto ignóbil com que a Igreja Católica e seus apaniguados têm andado a conspurcar as caixas de correio de todos. De facto, o mailing católico foi massivo e mesmo em caixas de correio como a minha que ostenta um visível «Publicidade aqui Não» foi despejado o lixo em questão, quiçá por temerem que a distribuição do dito folheto nas igrejas atingisse uma faixa muito pequena da população – suspeito que se um inquérito análogo fosse feito cá no burgo, os resultados seriam muito semelhantes aos de França, em que a percentagem dos que se dizem católicos caiu para 51% dos quais apenas 8% vai regularmente à missa.

Mas este folheto vergonhoso é apenas uma pequena amostra da campanha de intimidação, completamente sem argumentos e, espero eu, contraproducente da Igreja Católica. De facto, ao restringir-se estritamente a argumentos religiosos torna-se óbvio para todos que vamos referendar apenas um dogma religioso, que não há uma única razão objectiva – científica, biológica, ética ou de Direito – para criminalizar o aborto.

O aborto é apenas uma questão religiosa, explícita neste folheto, implícita naqueles que se restringem a objecções misóginas, como aceitar o aborto por opção médica mas não por opção das mulheres – umas desmioladas em que não se pode confiar – e especialmente evidentes na ululação de que a despenalização do aborto «tira direitos» ao homem!

Que o que está em jogo é pesporrência da Igreja Católica, que se arroga ao direito de impor a todos como «crime» o que a sua hierarquia considera «pecado», é ainda evidente na peregrinação de hoje em Fátima – em que se coloca formalmente o referendo sob os auspícios da ICAR, em nome da «Senhora» de Fátima, e na organização de «marchas pela vida» um pouco por todo o país, com especial ênfase na que se realiza em Lisboa a 28 de Janeiro, com terminus na Fonte Luminosa, e para a qual a sua máquina bem oleada – e com recursos financeiros inesgotáveis que se mobilizam apenas para este tipo de iniciativas- está em marcha frenética!

Estou completamente certa que as nossas televisões, que têm ignorado a maioria das inicitativas do SIM, como o jantar de ontem no Mercado da Ribeira, vão estar em directo a transmitir todos os passos de mais esta campanha da Igreja Católica! Para os mais incautos, e como a Alameda é fácil de encher, especialmente agora com as obras do Metro e especialmente com os recursos da ICAR – que vai encher autocarros em todo o país -, com uma escolha judiciosa de ângulos é fácil de fazer passar a mensagem de uma adesão em massa à dita! Quando na realidade apenas se congrega num espaço pequeno os fundamentalistas católicos e alguns turistas religiosos – que aproveitam o passeio e refeições à borla – de todo o país!

Importa mais que nunca que todos os que não querem uma regressão civilizacional do nosso País esclareçam amigos, vizinhos e conhecidos que num país moderno e civilizado não se pode admitir esta imiscuição da religião na política e no Direito! Que o que vamos referendar de facto é a talibanização de Portugal ! O que vamos decidir nas mesas de voto é o modelo de sociedade que queremos seja a nossa, se queremos ou não uma teocracia!

Ninguém pense que se os pró-prisão vencerem o referendo a Igreja se contenta com tão pouco! De facto, o referendo é apenas um teste que se ultrapassado será o primeiro passo para a regressão civilizacional ao totalitarismo católico medieval por que o Vaticano tanto almeja!

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13 de Janeiro, 2007 Carlos Esperança

A Virgem Maria pode curar-se

Aqui, no Diário Ateísta, não tememos o castigo divino mas estamos atentos ao perigo clerical. Deus não existe mas os padres, sim. Não há um ser supremo mas há imensos beatos que debitam a bíblia a destilar ódio e repetem as palavras do Papa a tresandar ao Concílio de Trento.

Os partidários dos movimentos pró prisão usam as imagens mais repelentes e os ícones mais falsos para violentarem as consciências, assustarem os crédulos e aterrorizarem os beatos.

Não está em curso qualquer campanha contra os clérigos que violam crianças, mas está no auge um movimento contra as mulheres que, em desespero, interrompem a gravidez, para continuarem sujeitas à prisão.

Se fôssemos cínicos, diríamos, aos que atearam as fogueiras da inquisição, que querem proteger os fetos para poderem, mais tarde, matar as pessoas.

A imagem da virgem, mal parida, com lágrimas de sangue, é um ultraje à inteligência e a manutenção da burla feita dogma, por Pio IX, e transformada no negócio de Fátima e doutros centros comerciais da fé espalhados pelo mundo católico.

É surpreendente que a Virgem de Fátima, tão ansiosa com a conversão da Rússia, seja indiferente às mulheres lapidadas no Islão e não apareça em Meca, já não digo a chorar lágrimas de sangue mas, pelo menos a corar de vergonha pelos crimes que o seu filho, omnipotente, permite.

O controlo da sexualidade, sobretudo da mulher, é uma forma de dominação que as multinacionais da fé exploram em proveito próprio.

Os coxos não treinam atletas para a maratona, os cegos não se dedicam à educação visual, os mudos não dão aulas de dicção. Por que raio os padres se intrometem na educação sexual e reprodutora?