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Dia: 10 de Janeiro, 2007

10 de Janeiro, 2007 lrodrigues

É tão giro ser católico!

A «BBC» noticia que na África do Sul foram colocados à venda preservativos que se colocam em apenas um segundo.

Willem van Rensburg, o criador deste preservativo, comercializado com a marca «Pronto», espera encorajar uma maior generalização do seu uso na África do Sul, um país onde 5,5 milhões de pessoas estão já infectadas com o vírus da SIDA.

Com efeito, as pesquisas sobre o problema da SIDA na África do Sul revelam que o fraco uso do preservativo é um factor que contribui enormemente para as grandes taxas de infecção com o vírus do HIV.
A comercialização de um preservativo muito fácil de usar poderá contrariar essa tendência.

Como é óbvio, a comercialização do preservativo «Pronto» vai encontrar opositores.
Para já espera-se os comentários dos mui católicos ex-vice presidente sul africano Jacob Zuma, que afirmou que lhe bastava tomar um duche depois de ter tido relações sexuais não protegidas com uma mulher seropositiva para não contrair o vírus da SIDA, e da ministra da saúde Manto Tshabalala-Msimang, que ficou a ser conhecida pela «Doutora Beterraba» depois de ter aconselhado os portadores de HIV a comerem alimentos nutritivos como alho e beterraba.

Como se continua também a esperar a fanática oposição da Igreja Católica, de fortíssima implantação e influência na África do Sul, ao uso do preservativo.

De facto, é muito giro ser católico!
Porque, mesmo que de vez em quando se levantem, mesmo internamente, vozes de oposição, que cedo são obviamente abafadas, a Igreja Católica, para gáudio de uns e com a complacência de outros, que apesar disso continuam, babados, a achar que é muito bonito intitularem-se católicos (mesmo que com aquela curiosíssima característica de «não praticantes»), continua a dar mais importância e valor a um dogma religioso inspirado numa imbecil historieta bíblica, do que à própria vida humana.

Mesmo que nessa vida humana, claro, já bata um coração…

(Publicado simultaneamente no «Random Precision»)
10 de Janeiro, 2007 Carlos Esperança

A ICAR e o aborto

Surpreende-me a violência dos ataques dos movimentos pró prisão aos que pretendem, apenas, que as mulheres (quase sempre pobres) não sejam alvo de devassa da sua vida íntima, da perseguição policial e do julgamento que as pode conduzir à prisão.

Surpreende-me que a Igreja católica, que foi violentamente contra a despenalização do aborto nos casos de malformação do feto, perigo de vida da mãe e violação, mantenha hoje o discurso trauliteiro e as mesmas imagens obscenas de então.

Surpreende-me que, enquanto em Portugal os 20 bispos titulares de dioceses, sem uma única excepção, se empenhem em manter a violência legal contra as mulheres, que em desespero recorrem à interrupção voluntária da gravidez, os bispos de Malta mantêm a mesma intolerância em relação ao divórcio e os de Timor no que diz respeito ao uso de contraceptivos.

Surpreende-me que os recursos financeiros sejam tão amplos para os defensores da prisão e tão escassos para os partidários da despenalização.

Surpreende-me, ainda, que o único Estado do mundo sem maternidade – o Vaticano -, se empenhe tão denodadamente na coacção das consciências e no desafio à legalidade (caso de um clérigo que já ameaçou fazer campanha na missa do próprio dia do referendo).

Surpreende-me, finalmente, que um país laico tivesse ficado refém da vontade clerical sem ter resolvido o problema da IVG em sede própria, na Assembleia da República, um problema de saúde pública que atira as mulheres pobres para o vão de escada, a prisão e o cemitério.

Ler artigo: Diário de Notícias – Publicado em Diário Ateísta/Ponte Europa

10 de Janeiro, 2007 Ricardo Alves

A insinuação

A grave insinuação contida na frase de cima foi escrita por um padre católico. Se viesse de qualquer outro cidadão, ele seria interrogado pelos jornalistas e responsabilizado se não a conseguisse justificar. Como foi um aspirante a ditador, será convenientemente ignorada. Com muito «respeitinho» beato.
10 de Janeiro, 2007 jvasco

Ordenação Criacionista

«Para quem se interessa por informática, está aqui um excelente contributo criacionista: um algoritmo de ordenação por design inteligente.

Como a probabilidade de um dado conjunto de elementos ter a ordem que tem por mero acaso é muito reduzida, conclui-se que foi ordenado por um Criador duma forma perfeita, mesmo que incompreensível para nós. Assim a melhor forma de ordenar qualquer conjunto é deixá-lo como está.

(Via Pharyngula

——————————–[Ludwig Krippahl]

10 de Janeiro, 2007 Palmira Silva

O cardiocentrismo do não


Na falta de argumentos, os cruzados pelo NÃO no referendo de 11 de Fevereiro próximo apostam numa dramatização demagógica e falaciosa da respectiva campanha, dramatização de que o primeiro cartaz, produzido em quantidades massivas e afixado profusamente pelo menos em Lisboa, é um exemplo acabado.

O cartaz, que interroga em letras garrafais «Abortar por opção quando já bate um coração?» é uma ilustração perfeita de um apelo à emoção primário que remete subliminarmente para o paradigma mariano da mulher e para as arcaicas e anacrónicas concepções cardiocêntricas do homem que se encontram na mitologia cristã.

Isto é, o cartaz que suplica uma resposta negativa do eleitorado, subentende que as mulheres são sub-humanos incapazes de opções morais e como tal deve ser a nossa sociedade (ainda) patriarcal, mais concretamente a classe médica, a única detentora da capacidade de decisão sobre a interrupção de uma gravidez. Ou seja, subentende-se do cartaz que o «crime» não é o aborto mas sim permitir que uma leviana e fútil mulher opte por ele!

Por outro lado, o cartaz remete a uma visão cardiocentrista do homem, completamente obsoleta como tive ocasião de relembrar em Outubro último:

Esta visão cardiocentrista induzida por superstições míticas que podemos fazer remontar aos antigos egpcíos é mantida no cristianismo e persiste até ao século XVII, não obstante os atomistas, nomeadamente Demócrito – que classificou o cérebro como a «cidadela do corpo», o «guardião do pensamento e da inteligência» – e outros pensadores como Hipócrates, Herófilo ou Galeno, terem colocado o cérebro como responsável pelo ser do homem.

Na realidade, é no cérebro e não no coração – como pretende toda a mitologia cristã, que na linha aristotélica privilegia a tese «cardiocentrista», aquela que confere ao coração o monopólio da razão e das paixões – que devemos procurar a explicação do «ser» do homem, em que este ser inclui o «ser» social e moral, que evolui com a encefalização do homem.

Isto é, o batimento do coração nem sequer traça a fronteira entre a vida e morte. De facto, a morte clínica é decretada actualmente pela ausência de actividade cerebral não pela morte do sistema cardio-vascular. É a morte cerebral que indica que uma pessoa morreu, não a «morte» cardíaca. Aliás, o coração vivo de um ser biológico que já não consideramos uma pessoa pode ser transplantado sem alterar a individualidade de quem o recebe, sem lhe alterar o «ser» que nos distingue dos restantes animais.

Se não é no coração que encontramos o ser do Homem, se é a vitalidade do sistema nervoso central que delimita a fronteira entre vida e morte de uma pessoa, porque razão os paladinos de óvulos e espermatozóides e cruzados contra a possibilidade de opção pela mulher, que insistem em não ter motivação religiosa a sua posição pró-prisão, recorrem à mitologia cristã e não à ciência no primeiro cartaz que debitam?

Não é o batimento do coração indicador que a ciência utilize para decretar a morte de uma pessoa. Porque razão consideram os pró-prisão que os parâmetros consensualmente aceites para delimitar o fim da vida de uma pessoa não são aplicáveis para delimitar o seu início?

10 de Janeiro, 2007 Carlos Esperança

Bento XVI recusa convite

A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) revelou que B16 recusou o convite para o encerramento das celebrações dos 90 anos de Fátima.

A CEP obrigou o Sapatinhos Vermelhos a armar uma desculpa para não se aventurar na festa comemorativa da maior burla que a ICAR forjou na luta contra o comunismo e no ódio vesgo ao 5 de Outubro de 1910.

A Virgem que puseram a saltitar, de azinheira em azinheira, para os pastorinhos, em que uma ouvia e via, o que o padre lhe dizia, outro só ouvia, e a terceira não via nem ouvia, é hoje o símbolo do Portugal beato, analfabeto e supersticioso onde germinava o ódio à República e o horror à laicidade.

Em 1917 o Sol andou às cambalhotas na Cova da Iria tão doido como beatos que viajam de joelhos ou os Papas que divulgaram essas idiotias. Se JP2 ainda fosse vivo, na sua incomensurável superstição, não faltaria à encenação mística da mentira, mas B16 já viu que não pode contar com o Espírito Santo, que não queimou a tempo os papéis que incriminavam como espião soviético o sucessor de JP2 na Polónia, apenas fez sumir os que comprometiam os antecessores com a CIA.

B16 lá vai sofridamente rubricando os milagres que lhe apresentam, para criar santos, mas tem a noção de que por cada analfabeto que estupefaz nas pampas argentinas ou no sertão brasileiro, perde o respeito das pessoas alfabetizadas de Buenos Aires, S. Paulo e Roma.

É difícil manter viva uma mentira recente quando dois milénios de trapaça começam a fazer sorrir a humanidade e os poucos que fingem acreditar o fazem para se opor a outros aldrabões, dementes e beatos, que vêm dos lados do Islão, fanáticos que debitam o Corão, põem bombas e querem o mundo de cócoras, virado para Meca.