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Dia: 1 de Janeiro, 2007

1 de Janeiro, 2007 Palmira Silva

Bento XVI ensandeceu mesmo!


Tal como o Carlos, só consigo perceber as declarações de final e início de ano de Bento XVI pressupondo que ensandeceu de vez!

De facto, equiparar os cientistas a terroristas e as vítimas de terrorismo a embriões sem consciência de si nem do meio ambiente no mínimo não reflecte grande sanidade mental! E a afirmação de ser a Igreja «paladina dos direitos fundamentais de cada pessoa» corrobora o diagnóstico.

Bastaria a um Bento XVI na posse das suas faculdades mentais lembrar o Sílabo dos Erros do seu predecessor Pio IX– que reforça a enciclica Quanta Cura na condenação pela Igreja de tudo o que agora é suposta ser «paladina» – para não se atrever a debitar o monte de inanidades que constam na sua mensagem de Ano Novo!

Na realidade, é no mínimo bizarro que no mesmo texto em que condena o relativismo das inadmissíveis «concepções antropológicas do homem», Bento XVI declare ser a Igreja «paladina» de tudo o que num passado recente tão veementemente condenou!

Nomeadamente «as perversas opiniões e doutrinas» que «com Nossa autoridade apostólica as reprovamos, proscrevemos e condenamos; e queremos e mandamos que todas elas sejam tidas pelos filhos da Igreja como reprovadas, proscritas e condenadas» como sejam a democracia, a liberdade de expressão, que corrompe as almas, a liberdade de consciência e de imprensa mas especialmente a liberdade religiosa!

Não se percebe como em apenas algumas décadas a Igreja, segundo Bento XVI detentora da «verdade absoluta» e impoluta de abominados «relativismos», passou de repudiar e declarar loucura a pretensão de que «a liberdade de consciências e de cultos é um direito próprio de cada homem» para reinvidicar, «de modo particular», «o respeito da liberdade religiosa de cada um»!

Mais bizarro ainda se lembramos a ululação de ser «contra a doutrina da Sagrada Escritura, da Igreja e dos Santos Padres» « afirmar que ‘a melhor forma de governo é aquela em que não se reconheça ao poder civil a obrigação de castigar, mediante determinadas penas, os violadores da religião católica’»

Já a existência de uma «tão grande conspiração de inimigos contra o catolicismo e esta Sé Apostólica» que carpia Pio XII na boa tradição de vitimização católica, foi reiterada na alocução de hoje em que Bento XVI saudou os «mártires» actuais, isto é, os fundamentalistas «católicos que mantêm a sua fidelidade à sede de Pedro» «à custa de graves sofrimentos» (infligidos pela imaginada guerra ao Natal?).

Fundamentalistas católicos que têm agora mais um item proibido a acrescentar à longa lista dos prazeres profanos de que se devem abster: as festas de réveillon, esses «ritos mundanos» que Bento XVI criticou no Te Deum de domingo.

Achei divertidissimo que o líder de uma Igreja que vende exorcismos, milagres e uma vida no Além como evasão deste «vale de lágrimas», critique os «ritos mundanos, marcados principalmente pela diversão e vividos frequentemente para evadir a realidade» e que só servem para «exorcizar os aspectos negativos» da vida e para «proporcionar sorte improvável».

1 de Janeiro, 2007 Carlos Esperança

Em Malta o divórcio é proibido

Deus é um erro humano que o masoquismo de uns e o interesse de outros perpetuam.

O Deus católico, não desfazendo em Alá, é um polvo cujos braços são os bispos e as ventosas os padres. A cabeça do molusco está no Vaticano, garrida, com sapatinhos Prada, e as orelhas aconchegadas sob o camauro.

Como todos os moluscos, parece inofensivo e representa um perigo que urge esconjurar com o laicismo e a secularização da sociedade.

Pensam alguns cidadãos desatentos que o Vaticano, por ser um antro de apenas 44 hectares, é inofensivo. Não se dão conta dos tentáculos, não ponderam a força das ventosas, nem vêem no aspecto repulsivo do cefalópode o perigo que representa.

Muitos já esqueceram que, até Fevereiro de 1975, a Concordata impunha, em Portugal, a indissolubilidade do casamento católico. Foi preciso o 25 de Abril e a ameaça de Francisco Salgado Zenha, ministro da Justiça, para que as sotainas se vergassem ao poder democrático.

Poucos sabem ou se lembram da carta da Irmã Lúcia, reclusa das carmelitas, dirigida a Marcelo Caetano para proibir o divórcio nos casamentos civis, certamente por inspiração da Senhora de Fátima, que andava doida com a conversão da Rússia, e obcecada a promover o terço.

Quase todos se esquecem de João Paulo 2, uma espécie de mullah sorridente, a apelar aos advogados católicos para recusarem patrocinar acções de divórcio, alegando objecção de consciência.

Muitos ficarão atónitos sabendo que no dealbar deste ano de 2007 ainda há um país da União Europeia onde o divórcio é proibido. Chama-se Malta e a religião do Estado é o catolicismo. Os cônjuges que se separam não podem reconstituir a sua vida matrimonial de forma legal.

E de Roma, do bairro infecto onde se criam cardeais e santos, onde se obram milagres e decretam anos santos, vem a lepra da intolerância que impede quem teve um casamento falhado de celebrar outro.

Sob a violência das sotainas fenecem as liberdades cívicas, mas o Papa e os núncios são recebidos como pessoas de bem em países democráticos e organismos internacionais.

É preciso reduzir à esfera particular as religiões, proteger os crentes, que renunciem à fé, das perseguições eclesiásticas e impedir que a violência sobre os fregueses alastre aos agnósticos, ateus e avençados de outros credos.

É preciso salvar Malta das garras do Vaticano e da violência das sotainas.

Fonte: DN de 31-12-2006, site indisponível.

1 de Janeiro, 2007 Ricardo Alves

Feliz 2007

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Um feliz 2007 a todos os leitores do Diário Ateísta, particularmente aos livres pensadores.

1 de Janeiro, 2007 Carlos Esperança

A mentira das religiões

Quando Deus ordenou a Abraão para lhe sacrificar o filho, o estúpido preparava-se para obedecer ao monstro que trazia em si. Valeu a Isaac que o pai, demente e subserviente a Deus, acabou por vê-lo substituído por outro animal que a cegueira mística projectou no altar do sacrifício.

Pois bem, é desse tresloucado que as religiões do livro se reclamam herdeiras, do louco capaz de sacrificar o filho por uma ilusão, predisposto a derramar o sangue do inocente para obedecer à vontade de um patife imaginado.

Foi o Deus que, no Monte Sinai, havia de obrigar Moisés a descalçar-se antes de revelar a sua vontade e ditar-lhe o futuro da humanidade, em data cuja falsificação é hoje uma evidência, e sentenças que só os doidos acolheriam. Mas o negócio à volta dos livrinhos sagrados originou falsificações ainda mais grosseiras e a perpetuação de Deus.

Neste fim de ano de 2006, em Meca, mais de três milhões de intoxicados do Corão prestam homenagem ao profeta Maomé, um rude pastor de camelos que tinha a mania de falar com Deus. Ainda hoje há desses indivíduos, desde a presidência de grandes nações até – o mais frequente -, aos serviços de psiquiatria. Têm em comum falar com Deus.

Aliás, não é monopólio de uma religião o curto-circuito dos neurónios dos crentes. Uns odeiam o porco porque o profeta, que não era um modelo de asseio, embirrou com o bicho; outros não usam preservativo porque o almocreve de Deus o condena na teologia do látex; muitos fazem jejum; quase todos viajam de joelhos e viram o rabo em sentido contrário ao altar onde julgam que está o Deus que dizem ser omnipresente.

Os muçulmanos não podem urinar virados para Meca; os católicos não podem defecar no Papa; todos temem os padres e fingem que acreditam em deus.

A religião é a latrina da fé onde os homens perdem o senso e ganham medos, onde a razão dá lugar à superstição e a dignidade se submete ao medo.