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Dia: 17 de Julho, 2006

17 de Julho, 2006 Carlos Esperança

Perigo religioso

As religiões são instrumento do nacionalismo e o rastilho de guerras. Se pertencessem à esfera privada e fossem usadas para conforto individual, à semelhança dos placebos, que deixam felizes os doentes convencidos do valor terapêutico de substâncias neutras, não havia perigo.

Infelizmente, a associação de numerosos interessados na conquista do poder transforma as religiões numa arma ao seu serviço, num produto que exige o combate à concorrência e aos que desmascaram a fraude.

A humanidade tem evoluído no sentido de assegurar direitos, liberdades e garantias aos cidadãos, o que desola e enfurece os avençados do divino. Os padres aprofundam, nos seminários, o estudo da vontade do seu Deus e, quando os soltam, partem diplomados a vigiar e promover a fé.

Os clérigos são obstinados na promoção das suas verdades e intolerantes para as alheias. Recitam o catecismo como os papagaios articulam sons e debitam, frenéticos, preces e sermões.

Por todo o Planeta, multidões de parasitas de Deus vivem da pregação e dos ofícios pios como ilusionistas. Alguns, à força de persuadir incautos, acabam eles próprios convencidos de que é verdade a mentira que promovem. Mas o efectivo perigo resulta da conquista do poder e dos meios que usam para converter os outros.

As guerras religiosas aí estão para o demonstrar. Hoje, como sempre, Deus é das piores desgraças que assolam a humanidade.

17 de Julho, 2006 Ricardo Alves

«A laicidade como princípio fundamental»

São frequentes as confusões sobre aquilo de que se fala quando se fala de laicidade. Muitos católicos confundem frequentemente laicidade com anti-religiosidade, por exemplo. O filósofo nosso contemporâneo que, na minha opinião, melhor tem explicado o sentido moderno do laicismo é Henri Peña-Ruiz. Está traduzido para português, na Associação República e Laicidade, o texto «A laicidade como princípio fundamental da liberdade espiritual e da igualdade», cuja leitura recomendo a todos os que queiram, sem preconceitos, compreender o que defende a Associação República e Laicidade.
  • «Alguns homens crêem em Deus. Outros não. A liberdade pressupõe o carácter facultativo da religião ou do ateísmo. Por isso se usará aqui o termo genérico «opção espiritual», que não favorece nem uma nem a outra versão da espiritualidade. A igualdade pressupõe a neutralidade confessional do Estado e das instituições públicas, para que todos, crentes e não crentes, possam ser tratados sem privilégio nem estigmatização. Assim se alcança a maior justiça no tratamento das diversas opções espirituais. A separação do Estado e de qualquer igreja não significa luta contra a religião, mas sim, simplesmente, vocação para a universalidade, e ao que é comum a todos os homens para lá das suas diferenças. As diferenças não são negadas, mas podem sim viver-se e assumir-se livremente na esfera privada, quer se expresse a nível individual ou a nível colectivo (a confusão entre dimensão colectiva e carácter juridicamente público é um sofisma, pois confunde o que é comum a certos homens e o que é de todos). (…)» (Ler a continuação em «A laicidade como princípio fundamental da liberdade espiritual e da igualdade».)

Aconselho também a leitura do Glossário essencial da laicidade, adaptado de um livro de Étienne Pion, para uma discussão do uso de termos como laico, leigo, laicidade, anticlericalismo ou tolerância.

Publicação simultânea [Diário Ateísta/Esquerda Republicana]

17 de Julho, 2006 jvasco

Meio milhão de visitas

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