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Dia: 10 de Abril, 2006

10 de Abril, 2006 Carlos Esperança

Igreja não quer festival de dança na Madeira

O senhor Teodoro de Faria, bispo do Funchal e luminar da fé, tornou-se mais pio e sorumbático quando o seu antigo secretário particular, padre Frederico, foi condenado por assassínio e envolvido em crimes de pedofilia.

Deixou de gostar de festas sem missa, eucaristia e orações. A música profana alterara as hormonas e conduz ao pecado.

Assim, um evento musical, programado para a próxima sexta-feira, mereceu do prelado severa advertência na homilia da Eucaristia de Domingo de Ramos: «Falta de respeito aos símbolos ofende aqueles que têm fé» – disse o casto bispo que odeia as tentações da carne.

Depois da indignação do prelado contra a realização do «Madeira Paradise Dance Tour 2006», os padres e leigos do costume subscreveram um documento contra a realização do evento, publicado pelo Diário de Notícias do Funchal – lê-se no J. N..

O Correio da Manhã refere-se à polémica: «farra coincide com Sexta-feira Santa».

Como todos os dias são santos, deviam ser proscritas as festas profanas. A Madeira está ameaçada por sustenidos e bemóis. A Igreja católica anda atormentada por fusas, breves e colcheias. Os decibéis podem atrasar a ressurreição do Deus que, todos os anos, faz de morto durante três dias.

Não se sabe ainda como vai terminar o confronto numa terra tão piedosa, onde as freiras libertaram a casa do padre Frederico do material pornográfico, enquanto este era ouvido na judiciária.

Isto é uma luta entre o Bem e o Mal. Na Madeira o Bem é o que o bispo quiser.

10 de Abril, 2006 Ricardo Alves

Eu concordo com o arcebispo

Lawrence Saldanha, arcebispo católico de Lahore, lidera a campanha pela abolição do delito de blasfémia no Paquistão. O arcebispo, que preside também à Conferência Episcopal católica do Paquistão, defende a revogação dos preceitos B e C do artigo 295º do Código Penal paquistanês, que criminalizam a crítica do Corão e de Maomé, respectivamente.

Em 2005, registaram-se 54 condenações por delito de blasfémia no Paquistão, uma acusação que, de tão vulgarizada mas simultaneamente tão eficaz, é frequentemente usada para ajustes de contas pessoais que podem nada ter que ver com religião.

O arcebispo católico afirma que a existência legal do delito de blasfémia é uma causa directa de violência inter-religiosa e um pretexto para a perseguição de minorias religiosas. Eu concordo com ele, e lamento que o português José Policarpo não aprenda com exemplos destes que apenas a liberdade de expressão garante a liberdade religiosa de todos, no Paquistão ou em Portugal, quer os católicos sejam minoritários ou quer sejam maioritários.